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Iraquianos votam num país dilacerado pela violência

Os iraquianos foram às urnas, esta quarta-feira (30), para as primeiras eleições nacionais desde a retirada das forças militares norte-americanas, em 2011, com o primeiro-ministro Nuri al-Maliki em busca do seu terceiro mandato, num momento de intensificação da violência.

A província de Anbar (oeste) está dilacerada pelos confrontos entre militantes sunitas e as Forças Armadas. A economia do país está em crise, e Maliki é acusado de ter tentado acumular poderes e de agravar divisões sectárias.

Os eleitores escolhem entre 9.012 candidatos ao Parlamento, o que na prática será um referendo sobre Maliki, xiita que governa o Iraque há oito anos. As secções eleitorais abriram às 7h, e o trânsito de veículos foi proibido em Bagdad.

As ruas estavam cheias de barreiras militares, e os eleitores iam a pé até seus locais de votação, em um ambiente de tranquilidade – ao contrário do que aconteceu em 2010, quando a eleição foi marcada por vários atentados a bomba na capital. Maliki votou logo cedo num hotel próximo à Zona Verde, a área fortificada onde funcionam os órgãos governamentais. Ele pediu às pessoas que seguissem seu exemplo, apesar das ameaças.

“Conclamo o povo iraquiano a se dirigir em grande número às urnas para passar uma mensagem de dissuasão e dar um tapa na cara do terrorismo”, afirmou ele a jornalistas.

Até a metade do dia, a eleição transcorria com poucos problemas também no centro e sul do Iraque, mas a abstenção era elevada nas regiões sunitas, onde a população costuma ter medo das forças de segurança e dos militantes inspirados pela Al Qaeda. Essas disparidades são um sinal dos profundos atritos entre a maioria xiita e a minoria sunita.

Os analistas políticos dizem que nenhum partido deve obter a maioria entre as 328 vagas do Parlamento. Maliki se mostrou confiante na vitória da sua aliança Estado de Direito, mas mesmo nessa hipótese ele pode ter dificuldades para formar um novo gabinete.

“Definitivamente as nossas expectativas são elevadas”, afirmou o primeiro-ministro. “A nossa vitória está confirmada, mas ainda estamos a falar sobre o tamanho dessa vitória.”

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