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OIIL em Mopeia: Meque reconhece falta de transparência

O governador da província central da Zambézia, em Moçambique, Francisco Itai Meque, reconheceu, há dias, a existência de problemas na gestão do Orçamento de Investimento de Iniciativa Local, (OIIL), no distrito de Mopeia. Trata-se de um fundo no valor de Sete Milhões de Meticais (cerca de 220 mil dólares americanos) canalizados anualmente pelo Governo central para cada um dos 128 distritos do país para financiar iniciativas para a geração de comida e de emprego.

Instituído em 2006, este fundo tem vindo a gerar muita controvérsia no seio da população, devido a falta de transparência na sua atribuição. Falando há dias durante um comício popular realizado em Mopeia, Meque reconheceu haver pouca transparência na gestão daquele fundo, facto que o levou a chumbar o relatório do desempenho do Executivo daquele distrito. Apesar de reflectir as actividades dos diferentes sectores de actividades socioeconómicas, o relatório em causa não detalha o valor alocado e a identidade dos beneficiários, bem como os resultados produzidos.

Segundo escreve o jornal “Notícias” de hoje, a equipa do governo distrital está desarticulada e incapaz de elaborar um relatório melhor estruturado para mostrar como tem vindo a trabalhar para alcançar melhores índices de crescimento socioeconómico. “Há fraquezas na liderança do distrito”, disse Meque, confirmando haver poucos camponeses que receberam o dinheiro para trabalhar a terra de forma a sustentarem os seus dependentes.

Face a esta situação, o governante deu um ultimato de quinze dias ao governo de Mopeia para reformular o seu relatório de actividades e encontrar junto dos mutuários uma plataforma de entendimento para que estes apresentem um plano de reembolso do dinheiro emprestado para beneficiar mais cidadãos. Este problema de falta de transparência na gestão dos Sete Milhões de Meticais foi apresentado por cidadãos dos vários postos administrativos do distrito de Mopeia, que denunciaram as manobras usadas pelos membros dos Conselhos Consultivos, órgãos responsáveis pela gestão deste dinheiro, na atribuição dos financiamentos.

Celestino Miguel, um dos residentes, manifestou a sua preocupação quando falava em comício orientado pelo governador da Zambézia, afirmando, em Mopeia, que os sete milhões são para os “barrigudos”, numa clara alusão aos comerciantes, amigos ou familiares dos membros dos Conselhos Consultivos.

Segundo este cidadão, há muitos camponeses que remeteram os seus projectos, solicitando financiamentos, mas nunca são respondidos porque o dinheiro foi entregue aos chamados “barrigudos” sem que tenham apresentado qualquer tipo de projecto. Ele disse que, quando os camponeses procuram alguma explicação, apenas são informados que os seus projectos estão a ser analisados pelos técnicos.

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