Começou, esta segunda-feira, o registo de eleitores há muito adiado no Sudão para o referendo sobre a possível independência do Sul. O referendo é uma consequência de um acordo de paz de 2005 que acabou com uma longa guerra civil entre o norte e o sul.
A tensão está a aumentar no país mas o Norte e o Sul acabaram de assinar um acordo para resolverem as suas diferenças. O registo dos eleitores está a começar bastante tarde, em parte devido a vários desentendimentos políticos.
Mas no domingo à noite, o Painél da União Africana para o Sudão anunciou que ambos tinham concordado em ultrapassar as suas divergências.
O problema da disputada área fronteiriça de Abyei vai ser abordado directamente pelos Presidentes do país e da região semi-autónoma do Sul.
O projecto de entendimento inclui compromissos para uma fronteira pouco rígida se o sul se tornar independente e lida com questões de cidadania.
Tensão O anúncio vai diminuir alguma da tensão que se tem estado a instalar antes do referendo de janeiro. Mas se o registo não for concluído nos próximos 17 dias então haverão consequências.
Denis Kadima é o director da Divisão Eleitoral das Nações Unidas para o Referendo Integrado: “Qualquer atraso vai levar a constrangimentos em termos de manter a data de 9 de Janeiro porque tudo se baseia no melhor cenário possível e se acontecer o pior, vai ser muito difícil manter a data prevista.”
Kadima acrescentou que a maior parte dos materiais devem estar em ordem apesar de enormes desfios logísticos, em particular no Sul do Sudão. Calcula-se que mais de 5 milhões de pessoas possam registar-se para votar no referendo.
Espera-se que o Sul, que tem a maior parte das reservas de petróleo do país, vote a favor da sua independência. Mas muitos sudaneses do sul têm medo que Cartum nunca deixe que se tornem independentes.