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Nigéria pode processar o jornal “ PÚBLICO” e TV “MIRAMAR”

O Alto Comissariado da República Federal da Nigéria estuda a hipótese de processar judicialmente o recém semanário “ Público” e a TV “MIRAMAR” por crimes de difamação e calúnia ao associarem àquele país o suposto homem transmissor de uma doença sexual estranha.

John Akitntoye Olofintyuy diz que nem todo homem negro da África ocidental é nigeriano e lamenta o facto de também o negro que não moçambicano ou sul-africano o é. Receia que este tipo de rumor pode conduzir a ataques xenófobos, à semelhança do que aconteceu na o passado aos nossos compatriotas.

Uma nota de imprensa enviada sexta-feira às Redacções foi suficiente para a pequena sala-de-espera do alto Comissariado da República Federal da Nigéria estar lotada de repórteres que aguardavam ansiosamente que os relógios marcassem 11 horas e começasse a concorrida conferência de imprensa. Mas só cerca 11e 30 é que John Akitntoye Olofintyuy, Alto-comissário daquele país entrou acompanhado de uma dezena de outros nigerianos visivelmente com nervos a flor da pele.

Formado em Direito, John Akitntoye Olofintyuy foi directo ao assunto: não é nigeriano o suposto homem transmissor de uma doença sexual estranha. Por isso estuda a hipótese de processar judicialmente o recém semanário “ Público” e a TV “MIRAMAR” por crimes de difamação e calúnia ao associarem àquele país. O que surpreende a John Akitntoye Olofintyuy – e todos os seus compatriotas é a persistência do “ Público” e da TV MIRAMAR em propagar este rumor sem qualquer prova de que o sujeito em causa é um nigeriano.

Por isso “ nós consideramos isto um jornalismo irresponsável que não deveria ser tolerado de forma alguma porque a história tem que ter fundamento. E mais: tinha que ser equilibrada. Os manuais de jornalismo prático estão claros: ouvir todas as partes – sobretudo as acusadas – é obrigação deontológica de um jornalista.

Como os nossos colegas não observaram esse princípio, o Alto-comissário da Nigéria, que diz que normalmente não reage a boatos, anda muito chateado com eles. Mas desta vez “ tivemos que o fazer por causa da associação do nome de Nigéria.” É um rumor que os levou a investigar exaustivamente sobre o assunto e não encontraram nenhum nigeriano parecido com o sujeito descrito nessa imprensa. No banco de dados da representação diplomática nigeriana estão registados mil cidadãos.

Desses não há sequer um parecido com o nome nem fisicamente com o mulato propagado na Internet e reproduzido pela imprensa. “ Não há nigeriano que entre legalmente em Moçambique que escape à supervisão daquela representação diplomática”, assegurou John Akitntoye Olofintyuy. O diplomata salientou que desde que este rumor começou a se propagar, essas imprensas não apresentaram provas dos factos sobre a estranha doença, nem indicaram uma vítima concreta.

“Também é interessante notar que as autoridades sanitárias não têm conhecimento desta doença.” A PRM também nunca confirmou esse crime. RECEIOS DE XENOFOBIAS John Akitntoye Olofintyuy receia que este tipo de rumor pode conduzir a ataques xenófobos, à semelhança do que aconteceu aos nossos compatriotas na vizinha África do Sul ano passado.

“ Pode destruir as boas relações existentes entre Nigéria e Moçambique”, lamentou. Acrescentando que “ é também pertinente chamar à atenção a um conceito errado que nós achamos no decurso de nosso trabalho neste país: todo o homem negro que não é moçambicano ou sul-africano é automaticamente assumido como um nigeriano”.

Isto não é correcto pois “ existem vários africanos ocidentais de Ghana, Guiné, Senegal, e outros.” O diplomata nigeriano diz que tem em mente que os moçambicanos têm uma mente critica e tem certeza que eles notaram que este rumor está a ser difundido por certa imprensa só para ganhar dinheiro das pessoas que aceitam facilmente ser enganadas.

O que ficou subjacente é a possibilidade de o Alto Comissariado da República Federal da Nigéria processar judicialmente o jornal “ Público” e a TV “MIRAMAR/PROGRAMA ATRACÇÕES ” por crimes de difamação e calúnia. Ambos associaram o suposto homem transmissor de uma doença sexual estranha àquele país.

A Ainda na edição desta semana, o “Público” escreve que “ nigerianos abastecem drogas na zona militar”, facto que enfureceu ainda mais John Akitntoye Olofintyuy. Antes “Público” afirmou que o suposto sujeito, que circula numa viatura de luxo de cor preta, depois de manter relações sexuais, dá “muito dinheiro” às suas vítimas, é nigeriano. Escreveu ainda o mesmo logo depois de um acto sexual desprotegido, avisa (às vitimas) para tratarem de expediente para seus funerais eventualmente por não poderem sobreviver à doença que se diz transmitir sob forma de vermes que deixa nos órgãos genitais das parceiras ocasionais.

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