A província do Niassa, norte de Moçambique, conseguiu, ao longo de 2010, produzir pouco mais de 878 mil toneladas de culturas alimentares diversas, das 850.130 toneladas planificadas, no quadro da implementação da Estratégia de Revolução Verde.
O volume da produção registado no ano transacto supera em 25 por cento a meta conseguida durante o período referente ao biénio 2008/09, que se situou em 704.201 toneladas.
A constatação consta do informe apresentado na Sessão Extraordinária do Governo Provincial alargada aos Administradores Distritais e outros Quadros, orientada, segunda-feira, pelo Presidente moçambicano, Armando Guebuza, que está a efectuar uma visita de trabalho a esta província no quadro da Presidência Aberta e Inclusiva.
O documento refere, por outro lado, que a produtividade média em culturas alimentares passou de 1.7 toneladas por hectare, na campanha agrícola 2008/09, para 1.8 e há fortes estimativas de que na presente campanha ela passe para duas toneladas por hectare.
Ainda no contexto produtivo, a província conseguiu uma meta de 25.493 toneladas de culturas de rendimento de um plano de 34.873 toneladas. Na mesma esfera, no inter valo entre 2008/09, a meta concretizada foi de 26.381 toneladas, feito que representa um decréscimo de três por cento, em consequência do abandono da cultura de rícino.
No tocante a comercialização, Niassa conseguiu vender toda a produção das culturas de rendimento e 43.706,3 toneladas de produtos alimentares das 46.500 planificadas, contra 32.166,7 na campanha de 2009, o que corresponde a 36 por cento do crescimento.
Dada a necessidade de assegurar a comercialização agrícola, a província desembolsou 568.956 contos, contra uma fasquia calculada em 528.340 contos no ano anterior (2009), representando um incremento na ordem de 7,7 por cento.
O Plano de Acção para a Produção de Alimentos (PAPA) é outro instrumento integrado na Revolução Verde tendo, para o efeito, sido atribuídos seis tractores agrícolas que, associados aos anteriores cinco, lavraram uma área de 845 hectares, contra 150 da campanha 2008/09.
A concretização do sucesso da produção nos campos cultivados depende fundamentalmente de uma boa disponibilidade da água, que é alimento vital das culturas e, em Moçambique, há ainda uma forte dependência dos factores climatéricos, sobretudo a queda das chuvas.
No sentido de inverter o cenário, a província construiu duas represas e dois diques nos distritos de Mecanhelas, Muembe e Lichinga que levam a água aos campos cultivados, assim como adquiriu e distribuiu 12 motobombas aos distritos, facto que permitiu irrigar mais de 432 hectares de culturas maioritariamente hortícolas.
No quadro da assistência técnica, ainda no período 2010, Niassa assistiu 714 associações de camponeses com 15.596 membros, dos quais 7.146 são mulheres e o número de extensionistas aumentou de 89 para 117 quadros.