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Nhamatanda: população reclama demora de desembolso dos 7 milhões

A População do distrito de Nhamatanda, província de Sofala, Centro de Moçambique, reclama a demora dos desembolsos do Fundo de Investimento de Iniciativas Locais, vulgo sete milhões de meticais (cerca de 300 mil dólares), naquele ponto do país.

A denúncia foi apresentada esta Segunda-feira, na vila sede do distrito de Nhamatanda, por um membro da comunidade local durante um comício popular orientado pela Primeira-Dama da República, Maria da Luz Guebuza. “Aqui em Nhamatanda demora-se muito desembolsar os fundos dos sete milhões de meticais para os beneficiários”, disse uma mulher que interveio durante a reunião.

Ela acusou também o governo local de aprovar apenas os projectos propostos por pessoas que fazem parte da elite em detrimento daqueles que realmente precisam de dinheiro para desenvolver actividades de sobrevivência. Segundo ela, um dos projectos de criação de frangos, alegadamente financiado através deste fundo, foi iniciado na Quinta-feira da semana passada, com a compra de frangos em Chimoio.

A denunciante referiu que tais pintos foram comprados simplesmente para enganar a Primeira-Dama, durante a sua visita desta Segunda-feira, dando-lhe a impressão de que os fundos estão de facto a servir para a população. Uma outra mulher de Nhamatanda pediu a palavra para se queixar de alegados casos de corrupção registados no Centro de Formação de Saúde local. A idosa revelou que, depois de concluir o nível médio do ensino secundário, o seu filho candidatou-se para ingressar naquela instituição de formação, tendo reprovado por três vezes.

“Dizem que ele reprovou, mas agora dizem que querem 10 mil meticais para ele estudar no centro”, reclamou a denunciante. Ela diz que depende muito do apoio desse seu filho, porque o marido, também já em idade avançada, não trabalha e ambos vivem com duas crianças órfãs cujos pais morreram vítimas de SIDA. Reagindo a estas e outras intervenções, a esposa do Presidente da República, prometeu analisar estes casos e sugerir, as autoridades competentes, para a tomada de medidas com vista a reparar os possíveis problemas.

Falando particularmente da situação do casal de idosos vivendo com dois netos órfãos, Maria da Luz Guebuza destacou a necessidade dessas pessoas em situação de pobreza terem acesso aos serviços sociais do Estado, nomeadamente os assegurados pelo Instituto Nacional da Acção Social (uma instituição subordinada ao Ministério da Mulher e Acção Social conhecida pelo acrónimo INAS) e do Conselho Nacional de Combate ao SIDA (CNCS). Ainda nesta Segunda-feira, Maria da Luz Guebuza visitou Macorococho, uma localidade isolada de todas as principais estradas da província e que dista a cerca de 70 quilómetros do extremo Sul de Nhamatanda. Neste local, ela orientou um encontro com a população local.

A Primeira-Dama enalteceu a dedicação da população desta localidade na produção de milho, mapira, gergelim, entre outras culturas altamente potencias naquele ponto da província. Contudo, também exortou aos habitante de Macorococho a saber conservar parte da sua produção para a semente e outra para garantir a sua alimentação durante o ano todo. Ainda no mesmo encontro, a directora provincial da Mulher e Acção Social em Sofala, Antónia Charre, anunciou a concessão de um fundo de 387 mil meticais desembolsados pelo INAS e que se destina a financiar 14 projectos de geração de rendimentos levados a cabo por associações de residentes de Macorococho.

“Os projectos vão beneficiar a 45 pessoas, a sua maioria praticantes da agricultura. Estes projectos têm todas as componentes, com destaque para o apoio técnico a ser assegurado aos camponeses durante a sua implementação”, disse ela, falando a imprensa. Na mesma ocasião, Charre anunciou o lançamento do programa de subsídio de alimento naquele ponto do país a beneficiar um total de 160 pessoas, na sua maioria famílias de idosos vivendo com crianças órfãs de pai ou em situação de pobreza extrema.

Trata-se da primeira vez na história do INAS a lançar este programa em Macorococho, sendo que, antes, nenhum dos cerca de 8,4 mil habitantes das cinco povoações desta localidade tinha acesso a este programa do Estado. A esposa do Presidente moçambicano terminou hoje a sua visita de trabalho, de cinco dias, à província de Sofala, durante os quais escalou a cidade da Beira bem como os distritos de Caia, Cheringoma e Nhamatanda.

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