O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, suspendeu, na madrugada desta Terça-feira, os planos para convocar eleições antecipadas e formou um novo governo de coligação, numa medida surpreendente que aumenta a sua capacidade de confrontar as ambições nucleares do Irão.
O acordo, fechado numa reunião secreta, leva o partido centrista Kadima, que liderava a oposição, a formar uma coligação com o Likud, de Netanyahu e de direita, criando uma ampla maioria de 94 parlamentares, uma das maiores na história de Israel.
“Um amplo governo de unidade nacional é bom para a segurança, bom para a economia e bom para o povo de Israel”, disse Netanyahu, segundo o comunicado do gabinete do primeiro-ministro.
O ministro do Meio Ambiente Gilad Erdan disse que o acordo vai possibilitar que o governo conquiste apoio para uma possível acção militar contra o programa nuclear iraniano, que Israel considera uma ameaça.
“Uma eleição não iria parar o programa nuclear do Irão. Quando uma decisão for tomada de atacar ou não, é melhor ter um front político amplo, que una o público”, disse ele à rádio Israel.
O recém-eleito líder do Kadima, Shaul Mofaz, será nomeado vice-primeiro-ministro do novo governo, disseram as autoridades, acrescentando que o acordo será formalmente ratificado ainda esta Terça-feira e apresentado ao Parlamento.
Ex-vice-primeiro-ministro num governo liderado pelo Kadima em 2008, Mofaz foi uma das primeiras autoridades políticas de Israel a reconhecer publicamente a possibilidade dum ataque ao Irão.
Também ex-ministro da defesa, Mofaz, nascido no Irão, passou a ser mais reticente sobre o assunto enquanto esteve na oposição, dizendo que Israel não deveria antecipar-se às potências mundiais, que tentam convencer o Irão a abandonar o seu programa nuclear através de negociações.