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“Não respondo aos miúdos da Frelimo” – Dhlakama

O líder da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, disse sábado que não tenciona responder às “brincadeiras dos miúdos” da Frelimo (partido no poder) “senão o país vai arder”. Dhlakama falava em Muanona, um dos bairros periféricos do Município de Nacala-Porto, capital de distrito costeiro de Nacala, na província de Nampula, norte de Moçambique, no âmbito da campanha eleitoral em curso no país. “Sabemos que fomos roubados nas autárquicas. A Frelimo carregava pessoas de Memba, carregava pessoas de Nacala- Velha, carregava pessoas de Mossurize”, disse Dhlakama, acrescentando “desta vez não vão carregar mais porque lá também vão votar.

Por isso, Nacala-Porto deve demonstrar a esses ‘miúdos’ da Frelimo que andam aqui a amarrar vocês que não queremos responder às brincadeiras que andam a fazer, pois o dia que eu responder isto tudo vai arder”. “Não respondo a malucos, não respondo a crianças, não respondo a pessoas que não têm o apoio do povo, porque se o partido no poder tivesse o apoio do povo não haveria de prender e amarrar pessoas”, referiu.

“Porque é que estão a amarrar pessoas? Quem é que está a provocar o outro? Quantos membros da Frelimo são mandados por atirarem pedras contra mim, para rasgarem panfletos, e proferir injúrias”?, questionou Dhlakama, para de seguida afirmar “nunca batemos, nem prendemos, mas não custava nada a Afonso Dhlakama mandar prender também os “gatunos” da Frelimo e chamboqueálos, mas eu não faço porque sou democrata, não posso fazer isso”.

Na ocasião, Dhlakama exortou os presentes a votarem nele e no seu partido, a Renamo, como forma de “acabar com o sofrimento e abusos” que, segundo ele, são perpetrados pelo partido no poder. “Com o Dhlakama todo o sofrimento vai acabar. Tudo vai depender de vocês, mas para isso basta votarem no Afonso Dhlakama e na Renamo”, disse. “Quero convidar a todos, mesmo aos membros da Frelimo que vivem aqui em Nacala-Porto, para votarem no Afonso Dhlakama, para votarem na Renamo”, acrescentou.

Como forma de tentar convencer a sua audiência, Dhlakama disse que essa “é a única maneira de acabarem os abusos, injustiças, desemprego e sofrimento causados pelos comunistas”. Segundo Dhlakama, as pessoas não devem deixar de votar nele sob o argumento de que ele foi “roubado” nas eleições anteriores e, mesmo assim, acabou ficando em Maputo “com a Frelimo”. “Esqueçam isso. Vocês não podem pensar assim, a Renamo é o vosso partido. Dhlakama é o vosso filho, Renamo é a vossa segurança. Renamo é a vossa defesa”, referiu. De acordo com Dhlakama, o seu governo “será o governo do povo”.

“Vou fazer aquilo que vocês querem. Vou ser presidente do povo. Não vou ser ladrão, nem corrupto, nem gastar o vosso dinheiro, como aquilo que faz Guebuza (candidato da Frelimo), carregar todo o vosso dinheiro, andar a usar seis helicópteros que nem o Obama, Presidente americano faz”, disse Dhlakama. Sobre o seu projecto de governação, Dhlakama disse que tenciona apostar no estado de direito, agricultura e reduzir a dependência externa. “A primeira coisa que vou fazer é acabar com a fome. No meu governo em Moçambique não haverá mais fome. Ninguém vai morrer porque não comeu massa de mapira.

Isso acontece porque a política económica dos outros não é boa. Por isso, vamos priorizar a agricultura”, prometeu Dhlakama. Sobre a governação, Dhlakama voltou a afirmar que, actualmente, não se nota nenhuma diferença entre o partido e o Estado. “É tudo mesmíssima coisa. O meu governo vai acabar com a mistura entre o Estado e o partido”, vincou. O seu rol de promessas inclui ainda facilitação de empréstimos bancários para a agricultura.

“O meu governo terá a capacidade de negociar com os bancos para emprestarem dinheiro a todos aqueles que queiram aplicar na agricultura pelo facto de ser o sector estratégico para o desenvolvimento de Moçambique. Primeiro, matar a fome, segundo criar emprego, terceiro comercializar os produtos, quarto ganharmos dinheiro, e quinto acabar com a dependência da comunidade internacional, porque vocês sabem vivemos aqui quase com os dinheiros de fora”, disse.

Dhlakama foi forçado a interromper o seu discurso a meio devido a problemas com a sua aparelhagem sonora, agravado pelo facto de estar a escurecer, pois Dhlakama chegou ao local do comício quando eram cerca de 17.00 horas locais, contrariamente a sua agenda que indicava 08.00 horas da manhã. Refira-se que Dhlakama tinha três comícios agendados para a cidade de Nacala durante o sábado tendo apenas realizado um em Muanona devido a sua chegada tardia a Nacala-Porto, vindo da Ilha de Moçambique.

Assim, Dhlakama adiou os comícios agendados nos bairros de Mathápue e Quissimanjulo, ambos em Nacala-Porto.

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