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Não há sinal de recuperação no mercado de trabalho mundial, afirma OIT

A austeridade fiscal e as reformas trabalhistas severas não conseguiram criar empregos, levando a uma “situação alarmante” no mercado mundial do trabalho, que não mostra sinais de recuperação, disse a Organização Internacional do Trabalho (OIT), no domingo.

Em países avançados, especialmente na Europa, o emprego não deve voltar aos níveis pré-crise de 2008 até o final de 2016 – dois anos mais tarde do que se havia previsto – , em consonância com a desaceleração da produção. A América Latina está mais saudável, marcada por melhorias no Brasil, na Argentina e no México.

De acordo com o Relatório do Mundo do Trabalho 2012, divulgado pela OIT – agência das Nações Unidas -, cerca de 196 milhões de pessoas estavam desempregadas em todo o mundo no final do ano passado, número que a entidade prevê que passará a 202 milhões de pessoas em 2012, ou a uma taxa de 6,1 por cento.

“A austeridade não produziu mais crescimento econômico”, disse Raymond Torres, diretor do Instituto de Estudos Internacionais do Trabalho da OIT, em coletiva de imprensa. “Nem as reformas mal concebidas do mercado de trabalho podem funcionar no curto prazo. Estas reformas, em situações de crise, tendem a levar a mais destruição de empregos e muito pouca criação de vagas, pelo menos no curto prazo”, declarou Torres, principal autor do relatório.

Aqueles que buscam trabalho há bastante tempo estão desmoralizados, e uma média de 40 por cento dos que estão em seu auge produtivo (25-49 anos) nos países avançados estão desempregados há mais de um ano, revelou o estudo.

A taxa de desemprego entre os jovens disparou, aumentando o risco de distúrbios sociais, especialmente em partes da África e do Oriente Médio.

O mercado de trabalho em geral se deteriorou nos últimos seis meses, com uma desaceleração significativa no caso dos países europeus, afirmou Torres. O desemprego está crescendo em um número relevante de países, incluindo mais de dois terços de nações europeias no último ano.

“O foco estreito de muitos países da zona do euro na austeridade fiscal está aprofundando a crise de empregos e pode até levar a outra recessão na Europa”, disse ele. “Ademais, há menos progresso em outras partes do mundo, por exemplo, nos Estados Unidos, onde o avanço na redução do desemprego parece estar diminuindo, e isso parece uma tendência”.

A recuperação do mercado de trabalho também estagnou no Japão, afirma o estudo.

A taxa de emprego estacionou ou deu um “duplo mergulho” na China, Índia e Arábia Saudita.

Somente seis economias avançadas viram aumento na taxa de emprego desde 2007: Áustria, Alemanha, Israel, Luxemburgo, Malta e Polônia.

O relatório afirma que os países fariam melhor promovendo a qualidade dos empregos e reforçando suas instituições, ao invés de desregular o mercado de trabalho.

Também sugere um melhor uso dos Fundos Estruturais Europeus e um aumento do salário mínimo nos países europeus como forma de “colocar um piso na recessão europeia”.

 

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