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Na cadeia de Mogincual – Calor e superlotação originaram mortes

– Número de óbitos elevou-se para treze

– Suspensos Comandante e Director da PIC distritais

A superlotação da única cela do Comando Distrital da PRM em Liupo, sede distrital de Mogincual, e o intenso calor que se fazia sentir na última segunda-feira, estão na origem da morte, por asfixia, de reclusos, ocorrida na última terça-feira, segundo revela o relatório do médico legista do Hospital Central de Nampula que realizou as autópsias.

Entretanto, ontem as autoridades policiais confirmaram a morte de mais um detido, elevando-se para treze o número de óbitos. Este último perdeu a vida muito depois dos 12 corpos terem sido transportados para a morgue do HCN, para efeitos de autópsia. Entretanto, Arsénia Massingue, comandante provincial da PRM reconheceu ter havido negligência por parte da Direcção do Comando Distrital da Policia, por ter deixado que um total de 48 pessoas estivessem encarceradas num compartimento de apenas quatro por dois metros e com um pequeno buraco, de menos de vinte centímetros quadrados, a servir de ventilador. É neste contexto que Domingos Coutinho e Basílio Nakoto, respectivamente Comandante Distrital e Director da PIC, estão suspensos das suas funções desde a última terçafeira até ao esclarecimento do caso.

Dados apurados junto de familiares dos finados, indicam que os elementos da lei e ordem, que estiveram a guarnecer a cela, nada fizeram para socorrer os detidos que gritavam por socorro, não só por causa da falta de ar, mas, também, devido às agressões físicas que de estavam a ser vítimas por parte de um dos detidos, de nome Zubair (um cadastrado indiciado de outros crimes e que se intitulava chefe da cela). O meu pai conta que lhe faltou ar, pediu socorro, mas ninguém se dignou ajudá-lo. Idoso como é, não morreu por mera sorte – conta Marcelino Manuel, filho de Manuel Magaia, um ancião de 62 anos, do grupo dos 48 detidos, que escapou com vida. Como medida de emergência, embora tardia, os restantes detidos foram, ainda na terça-feira, evacuados para a cidade de Angoche, onde poderão comparecer perante o juiz para efeitos de legalização das suas prisões, e encontram- se melhor acomodados em relação à única cela da PRM em Mogincual. Lembre-se que uma situação idêntica ocorreu já, em anos atrás, no distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado, onde reclusos morreram asfixiados devido a superlotação da cadeia. Wf

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