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Mutharika refuta desinteresse na energia da HCB

O Presidente do Malawi, Bingo wa Mutharika, refutou informações segundo as quais teria manifestado publicamente o desinteresse total na compra de energia eléctrica da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).

O estadista malawiano, que esteve recentemente no país para uma visita oficial também marcada pelo incidente de Ngauma (província de Niassa, norte do país), disse, pelo contrário, que o seu país está interessado na compra de muita coisa de Moçambique até porque as duas economias se complementam. “Nós estamos interessados na compra de muita coisa de Moçambique, porque somos países cujas economias se complementam”, disse Mutharika.

Aliás, a Mesa Redonda sobre Investidores no Sector de Energia havida recentemente na Zâmbia apontou que os países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) devem trabalhar conjuntamente para criar uma atmosfera capaz de Mutharika refuta desinteresse na energia da HCB Leonel Muchano, AIM tornar a região num destino atractivo ao investimento nos projectos de energia.

Os intervenientes na mesa redonda reiteraram que os países membros do bloco regional estão dotados de vários recursos energéticos que quando devidamente potenciados podem ajudar a SADC a superar as actuais crises de energia que enfrenta.

O Presidente do Comité de Ministros de Energia da SADC, Dipuo Peters, que é igualmente Ministro de Energia da África do Sul, disse haver uma série de aspectos que emperram o investimento na região e devem ser urgentemente resolvidos. Os investidores no sector apontam, a título de exemplo, as baixas tarifas de electricidade, a instabilidade política e a demora na atribuição de concursos em alguns países membros da SADC, como os grandes obstáculos ao investimento no sector de energia.

Para superar os desafios, Peters disse que a região deve equacionar a hipótese de começar a tomar algumas medidas drásticas identificadas pelos ministros de energia, com vista a sustentabilidade do sector de energia. No encontro dos ministros de energia havido em Abril último na capital moçambicana, Maputo, os titulares da pasta de energia da SADC acordaram na possibilidade de adoptar tarifas de custo reflectido no serviço, assim como criar um ambiente conducente ao investimento.

Não obstante os progressos registados pela Associação dos Reguladores de Energia da África Austral (RERA), para responder os cenários visando tornar as tarifas mais viáveis, os países membros estão ainda por adoptar por completo as suas recomendações uma vez que vários aspectos esperam por uma nova avaliação, incluindo a capacidade de custear a energia pelas famílias menos privilegiadas. A região continua numa posição menos favorável, uma vez que vários projectos de energia estão ainda por melhorar para despertar o interesse dos investidores.

“Nós, como intervenientes no sector de energia de África, temos de compreender qual é o papel que podemos desempenhar para o desenvolvimento das nossas economias”, disse Peters. “Precisamos de criar, com urgência, um ambiente que tornará a sub-região um destino atractivo para os projectos de energia”, rematou o presidente do comité da SADC. O Secretário Executivo da SADC, o moçambicano Tomaz Salomão, desafiou, por sua vez, os países membros a identificarem conjuntamente e implementarem os projectos de energia para garantir que a região estimule a produção e aproveitamento deste precioso recurso.

No seu discurso, proferido em nome de Remmy Makumbe, director de Infra-estruturas e Serviços da SADC, Salomão instou os países da região a potenciarem as energias renováveis porque são limpas e de baixo custo se comparadas as outras formas de energia.

“Se os projectos inseridos no Projecto “Power Pool” forem implementados, com ênfase nas opções por projectos de baixo custo, será possível poupar 40 milhões de dólares norte-americanos e muitos projectos de geração de energia baseados em carvão serão substituídos por outras de fontes mais limpas”, disse Salomão.

O crescimento económico acelerado das economias da SADC e a falta de investimento no sector de energia colocou o bloco regional numa situação de falta de energia, prevista há cerca de uma década pela Power Pool da SADC.

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