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Município abandona os terminais de passageiro em Quelimane

Município abandona os terminais de passageiro em Quelimane

Os terminais rodoviários de passageiro da cidade de Quelimane encontram-se em péssimo estado de conservação e sem condições básicas de higiene para serem usados pelos utentes, pese embora as entidades responsáveis pela exploração do espaço estejam a cobrar taxas diárias aos automobilistas. Naqueles locais, não existe sanitários públicos, dormitórios, entre outras infra-estruturas.

O estado em que se encontra os terminais de passageiro da cidade de Quelimane mostra uma clara falta de vontade por parte da edilidade em tornar esses locais mais atractivo para os munícipes que pretendem viajar. Esta situação deixa os utentes dos terminais rodoviário daquela autarquia agastados com as autoridades locais. Nos referidos locais, não há condições mínimas para o funcionamento daquelas infra-estruturas que, diariamente, recebem centenas de pessoas. Por falta de sanitários públicos, os passageiros fazem as suas necessidades biológicas ao relento perigando a saúde pública.

Na verdade, viajar para qualquer ponto, dentro ou fora da cidade de Quelimane, exige que os citadinos eduquem os seus estômagos no sentido de evitarem desarranjos intestinais, pois, quando isso acontece, a mata que emerge dentro do terminal da Remosa é transformada em casas de banho. Madalena Fonseca, utente dos transportes de passageiros, lamentou o facto de o terminal de Remosa não oferecer condições mínimas para os viajantes.

“Não há condições para as pessoas passarem as noites neste local. Os carros deveriam mudar de horário de partida para permitir que cada indivíduo que pretende viajar durma na sua casa”, referiu.

O terminal da Remosa, localizado no centro da cidade de Quelimane, é o mais movimentado da autarquia e recebe centenas de viaturas de transporte de passageiros, provenientes das províncias de Maputo, Sofala, Manica, Tete, e Nampula. Além desses meios circulantes, o local alberga autocarros que exploram as rotas interdistritais, tais como Alto-Molócuè, Gurúè, Gilé, Maganja da Costa e Mocuba.

É o único espaço que dispõe de muro de vedação, apesar de estar em avançado estado de degradação, e os utentes são obrigados a pagarem dois a cinco meticais para utilizar as casas de banho. O responsável pela cobrança de uso de latrina, Baptista Janfar, disse que o valor que cobra os utentes daquele terminal serve para a compra de produtos de limpeza dos balneários.

O mesmo avançou que, mensalmente, consegue colectar 10 mil meticais, valor que é entregue ao proprietário que gere o espaço. Apesar das limpezas que têm sido efectuadas, os balneários exalam um cheiro nauseabundo, o que impede os passageiros de permanecer por muito tempo no interior do terminal. “Não tenho como eliminar o cheiro de que os passageiros e outros utentes se queixam todos os dias neste local. Mas o mais importante é a pessoa satisfazer as suas necessidades”, afirmou Janfar.

Pedro Paisano, um dos automobilista que faz a rota cidade de Quelimane/ Gurúè, lamentou o estado em que se encontra os terminais daquela urbe, principalmente os de Mercado do Lixo e da Remosa. O nosso interlocutor disse que o presidente do Município de Quelimane prometeu criar melhores condições de trabalho naqueles lugares, mas ainda não cumpriu a promessa.

Abdul Gonçalves, munícipe, afirmou que é ridículo que até hoje o Município não consiga construir balneários públicos nos locais de maior concentração de pessoas. Cassimo Armando, automobilista, explicou que os passageiros não dormem naquele parque devido ao medo de serem assaltadas e também por causa da falta de balneários. Os agentes da Polícia Municipal e de Protecção que são escalados para fazer fiscalização e patrulha naqueles pontos não têm feito o seu trabalho. “Sentimos que não existem condições para permanecer no terminal durante a noite”, afirmou Bernardo Nádio, motorista que opera na rota Quelimane/ Milange.

“Não há espaço para construção do novo terminal”

O chefe do Departamento de Trânsito, no Município de Quelimane, Camilo Chiquete, falando em substituição do vereador para a área de Infra-estrutura, reconheceu os problemas que os passageiros e os automobilistas avançaram. Ele explicou que apenas o terminal do Mercado Central é que se encontra sob gestão da edilidade. Chiquete avançou que o terminal da Remosa, por exemplo, está sob responsabilidade da Direcção Provincial dos Transportes e este, por sua vez, entregou a um agente privado que está a explorar o espaço.

Aquele responsável disse que o Município de Quelimane não pode ser obrigado a construir balneários num lugar onde as receitas mensais entram noutro cofre. O nosso entrevistado disse, num outro desenvolvimento, que a edilidade ainda não traçou nenhum projecto de reabilitação ou construção de um novo terminal rodoviário. O terminal do Mercado do Lixo está sob gestão da Associação Provincial dos Transportadores da Zambézia (APTZ) que, mensalmente, entregam ao cofre do Município 30 mil meticais. Segundo Chiquete, este valor serve para criar mínimas condições de acomodação dos passageiros.

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