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Munícipes de Quelimane, Pemba e Cuamba estão a votar; Polícia comete ilegalidades

Munícipes de Quelimane

Arrancou às 7 horas de hoje, 7 de Dezembro, o processo de votação para a eleição dos novos Edils dos municípios de Quelimane na província da Zambézia, Pemba em Cabo Delgado e Cuamba, na província do Niassa. Segundo reportam os enviados do nosso jornal àqueles três municípios, assistem-se impávido e sereno algumas irregularidades juntos as mesas das assembleias de votos distribuídas por aquelas três autarquias.

Em Quelimane onde existem 141 mesas de voto, em algumas delas, os agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), não estão a respeitar a distância que deve manter das mesas das assembleias de voto.

Logo nas primeiras horas desta quarta-feira, agentes da polícia detiveram em circunstâncias não claras o líder da Juventude do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

Entretanto, o candidato deste partido da oposição Manuel de Araújo, dirigiu-se ao Comando Provincial para se inteirar da detenção “ilegal” do membro do seu partido. Chegados no Comando Provincial não encontraram o comandante alegadamente porque estaria ausente, sendo que os esclarecimentos podiam ser prestados pelo director da Ordem e Segurança Públicas, mesmo assim os agentes da lei e (des)ordem mostravam-se indiferentes perante a presença do candidato do MDM a edil de Quelimane.

Segundo o nosso jornalista em Quelimane, Manuel de Araújo foi um dos primeiros a exercer o seu direito e dever cívico, tendo votado logo pelas 7 horas na mesa onde foi inscrito para o efeito. Logo depois de votar, o candidato do MDM exibiu o seu dedo pintado, numa clara alusão a que os eleitores deviam fazer o mesmo.

No entanto, por mais que os eleitores queiram fazer o mesmo, as vezes não podem fazê-lo porque alguns deles os seus nomes não constam na lista onde foram se inscrever para o efeito. Alguns dos quais aparentemente impacientes acabam desistindo, regressando às suas origens. Este e outros episódios deixam a descoberto algumas irregularidades que se estão registando em várias mesas de voto, com alguns membros das mesas a mostrarem o fraco domínio do processo de votação.

Entretanto, o candidato a Presidente do Conselho Municipal de Quelimane, pelo partido Frelimo Lourenço Abubacar ou simplesmente Abu, como é carinhosamente tratado e assim o prefere, exerceu o seu direito de voto acompanhado pelo director provincial do STAE, depois de o ter feito, à semelhança de candidato do MDM, exibiu à vastidão de eleitores ali presentes o seu dedo pintado a tinta de óleo, apelando-os para que exercessem o seu direito e dever cívico, o de votar, mas com consciência.

O decurso da votação em Pemba

No Município de Pemba, para cuja presidência concorrem os candidatos Tagir Carimo (FRELIMO), Assamo Tique (MDM) e Emiliano Moçambique (Pahumo). Nesta autarquia acontecem quase os mesmos problemas que se verificam noutras autarquias, reportam-se situações em alguns eleitores analfabetos, ou que não sabem ler nem escrever, passam por grandes dificuldades para votar, por falta de pessoal de apoio ou acompanhante.

Um caso do género deu-se mesa de voto colocada junto a Escola Secundária de AMA2, no Bairro Natite, onde foram inscritos mais de 100 eleitores, no entanto, até por volta das 10 horas de hoje, só haviam votado cerca de 20 eleitores, sendo que pouco mais de outros 100 não puderam exercer o seu direito de voto, alegadamente porque os seus nomes não constavam nas listas onde foram inscritos para votar. Portanto, alguns eleitores de tanto cansaram-se e sem nenhum resultado, começavam a voltar para as suas casas.

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Segundo o nosso enviado à Pemba, naquela autarquia onde foram instaladas 94 mesas de voto, nalgumas delas verificam-se problemas relacionados com a falta de alguns materiais nos seus kit’s, ou seja, existem pacotes de matérias incompletos, alguns sem cadernos. Mais ainda, o não pagamento dos subsídios aos membros das mesas de voto, tem semeado um clima de desespero e desmotivação aos agentes que foram confiados a facilitação do processo de votação aos eleitores que pretendem exercer seu direito de voto.

Igualmente na Escola Primária Completa de Cariaco, no bairro com o mesmo nome, onde foram alocadas 11 mesas de voto, dezenas de eleitores estão a voltar por os seus nomes não constar nas listas de inscrição. As listas foram coladas nas paredes, afigurando-se um delfim para os que não sabem ler e o pior é quase ninguém os ajuda, estando o seu direito de votar a sua sorte, “nos que não sabemos ler, ninguém nos orienta”, queixaram-se vários os eleitores.

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Como foi a votação em Cuamba

Logo pela manhã dentro, concretamente às 6h50, o candidato Vicente da Costa fez-se presente na mesa de assembleia de voto, onde ia exercer o seu direito e dever cívico. Os membros da mesa de voto exigiram ao candidato da FRELIMO que apresentasse o seu cartão de eleitor para poder proceder com o acto, sem delongas apresentou-o e os membros da mesa confirmaram a sua inscrição, pelo que podia e estava em condições de votar. “Estou muito feliz por ter exercido o meu direito e dever cívico, apelo a todos os cidadãos que se tenham recenseado e possuem o cartão de eleitor para afluírem em massa às mesas de voto, de maneiras a escolher o próximo presidente que vai dirigir a nossa urbe”, comenta para depois acrescentar que “eu Vicente da Costa, sou a única pessoa dos dois concorrentes a edil que pode levar a cidade de Cuamba a bom porto”.

Por outro lado a candidata do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Maria Moreno logo depois de exercer o voto apelou de viva voz e eufórica a centenas de eleitores presentes no posto de votação onde se encontrava para afluírem em massa às urnas, e escolherem com toda lucidez e consciência o candidato que apresenta um bom programa de governação daquele município nos próximos anos. “Sinto-me muito feliz por ter cumprido o meu dever e direito cívico, o de votar, reitero para que todos os eleitores acorram às mesas de voto para fazerem valer a sua escolha”, conta.

Os munícipes eleitores de Cuamba mostraram-se agastados pelo facto de se terem feito presentes junto as mesas de voto logo pela manhã cedo, 4 ou 5 horas, para depois ouvirem dos membros das mesas de voto, que os seus nomes não constam nas listas. “Eu estou desde às 4 horas, já são 9 e ainda não pude exercer a minha cidadania, se demorarem mais 30 minutos, eu vou-me embora. Tudo isto revela que a organização deste processo foi má, pelo menos nalguns postos de votação”, conta uma cidadã cujo nome não conseguimos apurar.

Na autarquia de Cuamba também se registam as irregularidades que se verificaram nos municípios de Quelimane e Pemba, onde existem eleitores que ficam horas a fio nas bichas, sem que os seus nomes constem nas listas de inscrição. Algumas das quais acabaram desistindo de tanto tempo terem esperado e sem nenhum efeito, regressaram às suas casas, uma vez hipotecado o seu direito de escolher o edil que tome os destinos das suas cidades nos próximos anos.

Segundo o nosso enviado à Cuamba, foi ponto comum, o facto de muitos eleitores terem chegado duas horas antes do processo de votação iniciar, a exemplo da Escola Primária de Maganga, onde até às 6 já estava abarrotado de cidadãos ávidos em exercer o seu direito de voto.

Outras informações de Cuamba dão conta que os eleitores estão a exercer o seu dever e direito cívico de forma ordeira, sendo que até ao momento ainda não se registaram incidentes dignos de realce. No Município de Cuamba foram colocadas 53 mesas de voto, onde desde às 7 horas até às 18 os eleitores poderão afluir para poderem votar no que candidato a edil que faz a sua preferência e escolha.

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