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Multinacionais agravam crise de trabalhadores qualificados

As multinacionais envolvidas na exploração de recursos minerais em Moçambique estão a absorver os trabalhadores qualificados, agravando a crise de recursos humanos capacitados, refere uma análise da Economist Intelligence Unit (EIU).

A avaliação da EIU diz que o mercado de trabalho de Moçambique debate-se com a falta de trabalhadores qualificados a nível de gestores com formação superior e média, bem como técnicos, e em posições semi-qualificadas.

O ensino moçambicano, considera aquele organismo, está pouco vocacionado para as necessidades do sector privado e as empresas estrangeiras têm também tido dificuldades de adaptação às restritivas leis laborais moçambicanas.

Por ano são formados em Moçambique 20 a 30 engenheiros e geólogos, um número aquém do necessário para responder à demanda das empresas mineiras, estima a EIU.

A actual Lei do Trabalho de Moçambique autoriza o emprego de apenas cinco porcento de trabalhadores estrangeiros em empresas com mais de 100 trabalhadores, uma restrição que afecta as firmas do sector mineiro.

“As empresas prestadoras de serviços capazes de atender às necessidades das grandes multinacionais têm sido inundadas pelo actual nível de investimentos de capital, envolvendo projectos de investimento bilionários”, adianta a EIU.

Para contornar a insuficiência de quadros, as empresas do sector mineiro são obrigadas a empregar trabalhadores sem qualificações ou a recorrer a trabalhadores estrangeiros em regime de consultoria de curto prazo, com contratos renováveis, subcontratando empresas ou fazendo outsourcing para projectos específicos.

Em Outubro, o Governo aceitou aprovar um regime específico de contratação de mão-de-obra para os sectores mineiro e petrolífero, respondendo a pressões da Confederação das Associações Económicas (CTA), para tornar flexível o emprego de estrangeiros no ramo.

A EIE estima em 11,6 mil milhões de dólares (8,6 mil milhões de euros) os investimentos no setor mineiro, com o carvão a representar a maior fatia, de 7,1 mil milhões de dólares.

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