Nascido a 28 de Abril de 1958 em Nampula, Momad Bachir Suleman (qual é, afinal a verdadeira grafia do seu nome!?) orgulha-se de ser “empresário de sucesso fruto do meu trabalho desde os nove anos de idade”.
Terá começado nessa tenra idade a sua actividade comercial numa banca, no mercado central em Nampula, evoluindo até emergir nos anos ´90 como um dos “reis das capulanas” e da venda de electrodomésticos e utensílios de instalação eléctrica.
Quando, na Avenida Karl Marx, em frente ao encerrado Cemitério São Francisco Xavier de Assis estabeleceu o seu quartel-general, começou a expandir o seu negócio, adquirindo lojas em quase todos os bairros e zonas da cidade, instalando as lojas da Kayum Electrónica, Armazéns Valy e, sobretudo, Zeinab Têxteis, ao mesmo tempo que “engolia” famílias-empresa até então poderosas como o Grupo Golam – que praticamente desapareceu.
A expansão do seu negócio foi sendo acompanhada por uma exposição mediática cada vez mais imponente, quando em jantares/leilões de angariação de fundos para campanhas de seu partido já pagou então um bilião de meticais da antiga família do metical (actualmente um milhão) para comprar a caneta do candidato Guebuza, uma vez, e depois o cachimbo do escolhido pela FRELIMO para suceder Joaquim Chissano – para cujas campanhas também havia sido benemérito.
Das duas vezes, após arrematar a caneta e o cachimbo acabava por generosamente oferecer de volta ao seu dono, sempre via esposa do candidato, Maria da Luz Guebuza. Segundo respondeu a uma pergunta de um dos cerca de 30 jornalistas que acorreram à sua conferência de imprensa, as suas astronómicas ofertas ao seu partido têm a ver com a “minha contribuição para a boa governação”.
A grande propensão para evidenciar a riqueza adquirida a custo e o seu poder conquistado a pulso propiciaram também casamentos badalados dos filhos, nos quais estes apareceram de helicóptero para o local da celebração das bodas. Generoso, o Sr. MBS chegou a criar o hábito oferecer, no final de cada ano, electrodomésticos como leitores de DVD a directores, editores e ou chefes de redacção dos media da praça, dentre outros brindes que doa a jornalistas com a mesma amabilidade com que contribui para campanhas do seu partido e proporciona principescas Festas de Natal para centenas de crianças no Guebuza Square, pátio-praça emblema do complexo comercial Maputo Shopping Centre.
Muçulmano, com o estatuto de presidente em órgãos da sua comunidade religiosa, ele pagou do seu bolso a reabilitação e modernização da Mesquita da Baixa, que de um aspecto tradicional e a cair de velho virou um cintilante edifício com brilho e revestimento de qualidade tão exuberante como dos templos emblemáticos nos países mais expressivos da Península Arábica.
A título curioso, no ano passado, a representação diplomática americana, numa demonstração de tolerância e convivência religiosa, esteve em peso na celebração de um dos meses sagrados da fé islâmica, precisamente comemorando o EID com a comunidade de que é dirigente Momad Bachir Suleman.
O que escandalizou mais, na demonstração do seu sucesso empresarial, foi o facto de pelo menos 25 milhões de dólares (especula-se que mais de dois terços do custo total da obra) terem saído de fundos próprios para erguer a chamada “pérola de Maputo”: o Maputo Shopping Centre.