O esforço empreendido nas primeiras quatro partidas deste Moçambola tinha sempre de surtir algum efeito para o líder Ferroviário de Maputo. É que numa semana, a equipa locomotiva teve pela frente dois importantes confrontos, o primeiro contra o Costa do Sol tendo averbado uma pesada derrota por 3 a 1 e o segundo, contra o Maxaquene também perdido por 2 a 1. Ou seja, dois clássicos, 6 pontos perdidos e ainda assim manter-se na liderança.
Sorte ou não, esgotamento prematuro do gás como não, a verdade manda dizer que o Ferroviário que apresentou-se na tarde deste domingo diante do Maxaquene, esteve distante (em anos-Luz) daquele Ferroviário de Maputo que iniciou o campeonato.
Aliás, o descarrilamento da locomotiva assistiu-se a partir do minuto que exibiu-se o vermelho a Zabula naquela tarde por esquecer no Matxiki-txiki. As ausências do puto maravilha, o “Pipito” dos “Vataxanisseka” (claque locomotiva) Clésio, na zona avançada por estar ao serviço da nação e do próprio Zabula na zona central, foi largamente notória.
Faltou coesão no seio do grupo em todos momentos. Até mesmo o lance que gerou o golo não foi consequência de nenhum domínio porque cobrado o livre por Diogo pela direita do ataque, a bola foi cortada por um defesa tricolor sobrando no pé de Imo que fora da grande área desferiu um remate para o fundo das malhas. O ponta de lança Luís foi a grande decepção dos adeptos que agora obrigam Nacir Armando a ter de fazer um alto trabalho psicológico com o seu grupo.
Maxaquene superior
A equipa tricolor entrou cautelosa e inteligente protegendo a sua zona recuada. Não tinha pressa e fez-se jogar ao erro do adversário, uma forma de Ser e Estar sobejamente conhecida algures na zona centro do país, especificamente em Tete. Estudou ao pormenor o seu adversário e nem com o golo deixou-se abalar, como se tivesse guardado uma fórmula exacta para na hora H derrubar a locomotiva abordando paciente o jogo.
Nesse jogar a espera dos erros do adversário, o Maxaquene por intermédio de Toni, descobriu um buraco na grande área e furou com o esférico colado ao pé. Porque o golo era certo, Pinto preferiu outras vias para ver violadas as suas redes cometendo penalti. Chamado a cobrar, o sempre Gabito com o seu pé esquerdo, tratou de atirar uma bomba impossível de ser segurada para o empate, isso no trigésimo nono minuto do primeiro tempo.
No segundo tempo o Maxaquene tornou-se no senhor do jogo. Dom(in)ou o seu adversário e Hélder Pelembe que insistentemente foi justificando o 10 que carrega nas costas, foi o carrasco locomotiva que no minuto 74 sentenciou de forma justa a partida com um fabuloso golo que colocou o Maxaquene na terceira posição com o mesmo número de pontos que o HCB agora na segunda.
Ainda neste conto (de fadas para os adeptos tricolores que assistiam contentes a sua equipa a regressar aos velhos tempos do bom futebol – lembrando propriamente a primeira volta da edição passada desta competição) o Ferroviário só não sofreu mais porque primeiro foram as substituições que cortaram a intensidade ao jogo e em segundo, o apito final do senhor Estêvão Matsinhe ao minuto 93.
Desportivo derrotado em casa
Dominou mas não ganhou. É tudo que se pode dizer do Desportivo de Maputo no jogo da tarde deste sábado frente ao HCB de Songo que abriu a disputa da sexta jornada do campeonato nacional de futebol, Moçambola. Cientes da capacidade do HCB de jogar ao erro do adversário, os Alvinegros entraram prudentes. Porque nem todo indivíduo é infinitamente estudante, o Desportivo decidiu pisar no acelerador pondo em teste a defesa da equipa do Songo mas sem sucesso.
No prosseguimento da partida, o Desportivo embrulhou-se e errou. E como de erros vive o HCB, Marlyn no vigésimo primeiro minuto, faz o golo que serenou os adeptos do Desportivo que emocionavam-se a cada ataque. Nem de gritos, nem de vivas, nem de batuques. Nada mais ouviu-se senão o pânico gerado pelo golo. A raça Alvinegra emudeceu.
A partir daí o HCB reestruturou a sua equipa e aconteceu o inédito: Conter-se, não atacar e somente a defender nos subsequentes sessenta e cinco minutos permitindo ao Desportivo construir de trás para frente o seu jogo mas sem alcançar o objectivo principal que era de chegar ao golo, aliás, várias foram as situações de golo por si desperdiçadas sob marcação cerrada e atenta de Songo. E foi assim que o jogo terminou com os três pontos voando para Songo.
No outro jogo do dia, Vilankulo FC e o Ferroviário da Beira não foram para além de um empate sem abertura de contagem na vila municipal de Vilankulos.
Confira os resultados completos da 6ª jornada:
Chingale de Tete 0 – 0 Liga Muçulmana
Costa do Sol 2 – 2 0 Grupo D. Incomáti
Têxtil de Púnguè 0 – 1 Ferroviário de Nampula
Maxaquene 2 – 1 Ferroviário de Maputo
Clube de Chibuto 1 – 0 Ferroviário de Pemba
Desportivo 1 – 1 HCB de Songo
Vilankulo FC 0 – 0 Ferroviário da Beira
A classificação está assim ordenada:
EQUIPA | J | V | E | D | GM | GS | DG | P | |
1º | Ferroviário de Maputo | 6 | 4 | 0 | 2 | 10 | 8 | 2 | 12 |
2º | HCB de Songo | 6 | 3 | 2 | 1 | 3 | 1 | 2 | 11 |
3º | Maxaquene | 6 | 3 | 2 | 1 | 5 | 3 | 2 | 11 |
4º | Liga Muçulmana | 6 | 2 | 4 | 0 | 6 | 3 | 3 | 10 |
5º | Clube de Chibuto | 6 | 3 | 1 | 2 | 7 | 4 | 3 | 10 |
6º | Desportivo de Maputo | 6 | 3 | 1 | 2 | 4 | 3 | 1 | 10 |
7º | Vilankulo FC | 6 | 2 | 3 | 1 | 2 | 3 | -1 | 9 |
8º | Costa de Sol | 6 | 2 | 2 | 2 | 6 | 5 | 1 | 8 |
9º | Ferroviário de Nampula | 6 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 0 | 8 |
10º | Ferroviário da Beira | 6 | 1 | 4 | 1 | 2 | 2 | 0 | 7 |
11º | Chingale de Tete | 6 | 0 | 5 | 1 | 4 | 5 | -1 | 5 |
12º | Têxtil de Púnguè | 6 | 1 | 1 | 4 | 3 | 6 | -3 | 4 |
13º | Incomáti | 6 | 0 | 3 | 3 | 3 | 8 | -5 | 3 |
14º | Ferroviário de Pemba | 6 | 0 | 2 | 4 | 4 | 8 | -4 | 2 |