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Moçambola: Ferroviário de Nampula trucida homônimo de Maputo

O Ferroviário de Nampula consolidou a liderança da prova máxima do futebol moçambicano ao receber e vencer o seu homónimo de Maputo, um dos fortes candidatos ao título de campeão nacional desta prova, por 3-0, naquilo que foi o clássico da 5ª jornada de “Moçambola” edição 2014. A partida, realizada no domingo (20), teve como palco o caldeirão dos locomotivas de Nampula, o estádio 25 de Junho. Esta é a quinta vitória consecutiva da equipa treinada pelo português Rogério Gonçalves, em igual número de jogos.

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Numa partida realizada debaixo de uma chuva incómoda, o embate entre o Ferroviário de Nampula e o seu homónimo de Maputo arrancou com intensidade. Em certos momentos, o árbitro principal do encontro, Filemão Filipe, não conseguia seguir o ritmo do jogo, facto que o levava a assinalar algumas faltas inexistentes. Diante de uma das maiores equipas do país, os donos da casa tinham a responsabilidade de fazer de tudo para conquistar os três pontos e assegurar a regularidade das vitórias que vem somando nesta prova.

Logo no início, estava claro que os pupilos de Rogério Gonçalves tinham a dura missão de vencer a partida, uma proeza que foi concretizada no final dos 90 minutos do jogo. Nos primeiros instantes, as duas equipas fizeram um jogo de controlo, evitando cometer erros, mas os locomotivas de Nampula foram os que assumiram o comando da partida, com jogadas de perigo e com presença frequente na baliza defendida pelo guarda-redes Pinto, mas pecavam na finalização.

O Ferroviário de Nampula foi empurrando o seu adversário para o seu reduto mais recuado, impondo inúmeras dificuldades à defesa contrária, além de apresentar lances que gelavam o banco técnico de Victor Pontes. Volvidos 11 minutos do encontro, numa jogada de contra-ataque, Skaba, médio ofensivo dos locomotivas de Nampula, marcou, de cabeça, o primeiro golo da partida. Com a abertura do activo, o jogo ganhou mais intensidade.

Os donos de casa pretendiam ampliar o resultado, enquanto os visitantes procuravam fazer o golo do empate. Já no primeiro quarto de hora, a partida ficou equilibrada com a circulação da bola no meio-campo e, em alguns momentos, as duas equipas tiveram igual número de oportunidades, mas sem concretizá-las em golo. No minuto 20, os atletas do Ferroviário de Maputo ganharam outra postura apertando cada vez mais o sector mais recuado dos donos de casa e com jogadas de grande perigo. Foi na sequência de um contra-ataque organizado por Tchitcho, que fez um passe de grande nível, tendo a bola pousado nos pés de Luís.

Este, por sua vez, atirou forte, mas o esférico passou por cima da baliza de Germano. Foi uma das oportunidades soberanas que os visitantes tiveram para igualar o resultado. Daí em diante, viu-se um Ferroviário desequilibrado. E porque a palavra de ordem era vencer e manter o ciclo de vitórias, os pupilos de Rogério Gonçalves foram aproveitando o nervosismo do seu adversário, controlando a totalidade do jogo. Devido à intensidade da partida, volvidos cerca de 25 minutos, o jogador Daúdo, do Ferroviário de Nampula, foi substituído, por ter contraído uma lesão e, para o seu lugar, entrou Massawa.

Com esta substituição, o jogo ganhou outro ímpeto. Os locomotivas nampulenses colocaram os seus adversários em apuros, fazendo com que estes cometessem muitas faltas. Os visitantes não se mostravam tímidos, tendo reagido de seguida. Com poucas jogadas de realce, a bola foi rolando até ao soar do apito final dos primeiros 45 minutos. No reatamento do jogo, os dois conjuntos entraram determinados a alcançar o melhor resultado, mas os donos de casa foram sortudos, pois, numa jogada protagonizada por Skaba, os locomotivas de Nampula aumentaram o resultado para 2-0.

O golo foi apontado aos quatro minutos da etapa complementar. Skaba esteve na sua melhor forma. A sua prestação serviu, igualmente, de brinde do seu aniversário. A equipa de Víctor Pontes tentou correr atrás do prejuízo, mas sem sucesso. Mesmo com as substituições efectuadas, não se alterou o rumo dos acontecimentos, apesar de ser um jogo bastante disputado.

Os nampulenses prosseguiram com a pressão sobre o seu homónimo e os defesas visitantes já não conseguiam controlar as jogadas, tendo começado a cometer inúmeras faltas. Momentos depois, os locomotivas de Maputo “ressuscitaram”. Num remate forte de Luís e, com a bola quase dentro das malhas, Kalanga sacudiu o esférico para além das quatro linhas. Quando menos se esperava, numa jogada organizada por Massawa, Vivaldo atirou, com mestria, fazendo o 3-0. O golo foi um balde de água fria para o banco técnico dos visitantes. Os minutos que se seguiram foram de pouco espectáculo de futebol, com a equipa da casa a “queimar tempo”.

As verdades dos intervenientes

Victor Pontes, treinador de Ferroviário de Maputo

“O resultado não espelhou o que se viu em campo. O adversário aproveitou os erros do árbitro para ganhar o jogo. Felicito o bom trabalho levado a cabo por Rogério Gonçalves. Tivemos muitas oportunidades mas não conseguimos concretizar e, por outro lado, a partida não teve os 90 minutos regulamentares, eles sabotaram o período de compensação”.

Rogério Gonçalvez, treinador do Ferroviário de Nampula

“Foi um jogo bastante disputado, houve uma boa circulação de bola, e isto mostra evolução do futebol moçambicano. Fizemos os dois primeiros golos em momentos cruciais. Respeitamos todo aquele que é nosso adversário, mas para nós, em função de cada partida, pensamos sempre em vitórias nos jogos subsequentes.

O semáforo do jogo

Verde: Skaba

O médio ofensivo do Ferroviário de Nampula esteve na sua melhor forma neste jogo. Foi a figura determinante na redução da pressão que a equipa visitante vinha exercendo com vista a inverter o resultado. Skaba selou as intenções da equipa homónima. Além das sistemáticas construções de jogo, ele produziu alguns lances que poderiam ter resultado em golos.

Laranja: Massawa

Avançado do Ferroviário de Nampula que entrou a substituir, Massawa contribuiu de forma significativa para bater psicologicamente os defesas da equipa forasteira. As três interrupções registadas resultaram de faltas cometidas contra este atleta. Não obstante, os dois últimos golos tiveram como obreiro Massawa, um jogador que se encontra em franca evolução.

Vermelho: Hipo

O meio-campista do Ferroviário de Nampula não fez aquilo a que os amantes do desporto nesta cidade estão habituados. O atleta esteve desconcentrado, pelo menos nos minutos iniciais da partida. Ele tentou recompor- -se, mas não teve a pujança necessária para corresponder às expectativas, pese embora tenha sido uma das figuras importantes para manter o controlo do sector intermediário.

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