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Moçambola: Desportivo de Nacala vence mas Chibuto ainda é líder

A contar para a décima segunda jornada do Moçambola, edição 2013, o Desportivo de Nacala derrotou, na tarde de último domingo (09 de Junho), o Matchedje de Maputo, por 2 a 1. O Clube de Chibuto, que liderava isolado a prova à entrada desta ronda, empatou diante do Estrela Vermelha da Beira e viu o Ferroviário da Beira assumir o topo da tabela classificativa depois de derrotar o Chingale de Tete, por 1 a 0.

Devido aos compromissos da selecção nacional na fase de qualificação para o Campeonato Mundial de Futebol, “Brasil-2014”, boa parte das equipas, sobretudo as que tiveram mais de dois atletas nas convocatórias dos Mambas, não puderam disputar esta jornada. São os casos do Ferroviário de Maputo, do Costa do Sol, do Maxaquene e da Liga Muçulmana, apanhando por tabela algumas equipas adversárias, nomeadamente o Ferroviário de Nampula e o HCB de Songo.

Ainda assim e mesmo sem os colossos, a jornada não deixou de ser interessante, com destaque para o jogo entre o Desportivo de Nacala e o Matchedje de Maputo, que teve lugar no Estádio 25 de Junho, na cidade de Nampula. A partida foi marcada por uma arbitragem desastrosa. Ainad Hussene, árbitro principal, não foi capaz de manter a lisura que se exige de um juiz de futebol. Pelo contrário. Ele tentou, a todo o custo e sem pudor, influir no resultado final do jogo.

Só para citar alguns casos, ao minuto 64, ele assinalou uma grande penalidade a favor do Desportivo de Nacala, decisão bastante contestada pelos jogadores do Matchedje em que, já na cobrança, foi chamado o guarda-redes canarinho, Victor, que rematou para uma defesa, em “dois tempos”, do seu companheiro Valério.

Todavia, com a ajuda do árbitro auxiliar, Hussene mandou repetir a marcação, alegando que houve invasão da grande área, antes do remate de Victor, por parte dos jogadores do Matchedje. Os militares voltaram a contestar e, na confusão, o juiz mostrou a cartolina vermelha ao central Bila, por acumulação de dois cartões amarelos exibidos àquele jogador nos dois momentos da contestação.

Os jogadores do Matchedje rodearam o árbitro exigindo explicações e não permitiram a repetição da grande penalidade. Convencido do tamanho erro que estava a cometer e da razão dos militares neste lance, Ainad Hussene ficou sem saber o que fazer, protagonizando outro espectáculo desnecessário: sem nenhuma explicação, marcou uma “bola ao solo” no interior da grande área.

Mas, pior do que isso, ainda que as duas situações tivessem consumido, nas contas do cronómetro do @Verdade, um total de quatro minutos, Ainad Hussene concedeu 12 minutos de compensação, numa altura em que o resultado registava um empate.

Uma primeira parte de pouco futebol mas que produziu um golo

As duas equipas entraram no jogo cautelosas, revelando receio de atacar as duas balizas. Assistiu-se, neste período, a uma partida frouxa em termos de jogadas ofensivas, o que contribuiu para um fraco espectáculo de futebol.

O primeiro lance de ataque deu-se no quarto minuto, quando Coutinho, do flanco esquerdo, cruzou para o interior da grande área do Matchedje, faltando quem pudesse desviar o esférico para o fundo das malhas. Sem muitos motivos de interesse, o público teve de aguentar mais 15 minutos para gritar “golo”, que não passou de uma simples ilusão porque Valério foi eficaz no desvio do esférico muito bem colocado por Gito.

A partida prosseguiu com muitas jogadas ofensivas irregulares do Matchedje, ora provocadas, diga-se de passagem, pelas subidas da linha defensiva do Desportivo de Nacala, aliadas à falta de velocidade dos militares e de estratégias de penetração no campo recuado contrário. Perto da primeira meia hora do jogo, uma combinação perfeita e a um toque entre Daúdo e Heldífico, originou um remate perigoso à entrada da grande área dos visitantes, com a bola a passar por cima da baliza.

O Matchedje não soube responder e, no último quarto de hora, sofreu com a audácia dos canarinhos: no minuto 30, o lateral direito, Rodjas, remata forte para uma defesa incompleta de Valério que acaba por permitir um pontapé de canto; a seguir, o “militar” Zola surge no ar para fazer o corte, evitando que a bola siga encaminhada a Helfídio; ao minuto 36, na sequência de um pontapé de canto, Valério usa as pernas para defender, com muitas dificuldades, o remate fortíssimo de Coutinho de meia distância, lance que viria a originar o golo de Gito.

Segunda parte de muita confusão

No reatamento, o Desportivo de Nacala entrou com um ritmo diferente no jogo, tornando-se a equipa mais ofensiva e com transições rápidas de bola. No minuto 51 podia ter dilatado o marcador, mercê de um erro defensivo de Valério que, numa jogada lance aparentemente inofensiva, calculou mal a trajectória da bola, surgindo Zola a fazer o corte mesmo sobre a linha de golo. Seis minutos mais tarde, o mesmo guarda-redes voltou a entrar em cena, desta vez como herói, para defender, de forma espectacular, o remate de Délcio.

Ao minuto 66, Caíque, que acabava de entrar para dar outra postura ao jogo ofensivo do Matchedje, do lado esquerdo, fez um cruzamento admirável para a cabeça de Manhiwa restabelecer a igualdade no marcador. Depois da confusão das grandes penalidades, o jogo só voltou a ter graça no minuto 84 quando, num livre directo, a defensiva militar fez um corte incompleto, surgindo Joa, mesmo à frente do guarda-redes, a rematar por cima da baliza.

O golo da vitória do Desportivo de Nacala surgiu no primeiro dos doze minutos de compensação concedidos por Ainad Hussene, e foi da autoria de Leo. Aquele atleta rematou forte, sem hipóteses para Valério, que ainda teve a “gentileza” de usar as mãos para encaminhar o esférico até ao fundo das malhas.

Ferroviário da Beira é o novo líder

Ainda no domingo (09), o Ferroviário da Beira derrotou o Chingale de Tete pela margem mínima de 1 a 0, resultado que, aliado ao empate do Clube de Chibuto diante do Estrela Vermelha da Beira (1 – 1), coloca a locomotiva no topo da tabela classificativa, com 21 pontos.

Para o triunfo dos vice-campeões nacionais valeu o golo madrugador de Mupoga, volvidos cinco minutos da partida. O jogo teve lugar no campo emprestado do HCB de Songo pelo Chingale, em virtude do uso do seu terreno “habitual” pelos donos, Desportivo de Tete, que jogaram para a Taça de Moçambique. Segundos relatos, este jogo teve uma assistência de cerca de 80 pessoas.

Quadro de resultados

12ª Jornada

(Adiado) Costa do Sol x Fer. de Maputo

(Adiado) Maxaquene x Fer. de Nampula

Chingale de Tete 0 x 1 Fer. da Beira

Vilankulo FC 4 x 0 Têxtil de Púnguè

Estrela Vermelha 1 x 1 Clube de Chibuto

(Adiado) Liga Muçulmana x HCB de Songo

Desp. de Nacala 2 x 1 Matchedje

PRÓXiMA JORNADA

Fer. Maputo x Maxaquene

Fer. de Nampula x Chingale de Tete

Fer. da Beira x Vilankulo FC

Têxtil de Púnguè x Estrela Vermelha

Clube de Chibuto x Liga Muçulmana

HCB de Songo x Desp. de Nacala Matchedje x Costa do Sol

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