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Moçambola: Chibuto vai de férias na segunda posição

Ninguém ousou unhar o líder Ferroviário de Maputo que nem sequer jogou. O clube de Chibuto, sensação da competição, manteve a invencibilidade em casa e quem não soube assaltar o segundo lugar foi o Maxaquene. O Desportivo de Maputo vai de mal a pior.

Os alvi-negros não conseguiram, pela sexta vez consecutiva no Moçambola 2012, amealhar três pontos. Ou seja, não vencem há sensivelmente seis jornadas e descaíram ocupando agora o crítico 11º lugar, um nível acima da linha de água que os pode fazer desembocar no campeonato da Cidade de Maputo na próxima temporada.

Se os adeptos tiveram mil e uma razões para sorrir pelo fabuloso início alvi-negro, então agora que os sorrisos sejam outros: para disfarçar o sofrimento.

No pontapé de saída da jornada, o Desportivo de Maputo pediu emprestado o mítico Estádio Nacional do Zimpeto para receber o Ferroviário de Nampula numa partida que deu mais locomotiva do Norte que propriamente o voo da águia.

A equipa locomotiva de Nampula desembarcou em Maputo com a lição bem estudada para encarar o jogo e entrou para o estádio ciente da grandeza do seu adversário. Contudo, foi uma ante-visão desacertada.

O Desportivo mesmo com espaços cedidos para construir o seu jogo e encostar com naturalidade o adversário à sua zona protegida, manifestou falta de vontade de jogar e uma atípica desinspiração notória dos seus jogadores que a muitos pareceu que fizeram-se obrigados ao campo.

O Ferroviário de Nampula não arriscou e ficou à espera de qualquer situação de ataque do adversário para, se calhar, sair a jogar como tem sido seu hábito quando defronta equipas grandes. Frustradamente. O Desportivo não tomou sequer iniciativas de ataque que causassem calafrios à locomotiva.

O primeiro lance de ataque surgiu dos visitantes, ao minuto 18, por intermédio de Jerry que só não viu a bola beijar o fundo das malhas porque Jaimito não deixou. Quatro minutos mais tarde, o mesmo Jerry viu a trave negar-lhe o golo.

A turma locomotiva do norte do país, apesar de ter manifestado alguma falta de talento no seu sector avançado, já não esperou pelos erros do adversário. Ganhou iniciativa e tornou- se o mais forte.

Até ao intervalo, a equipa locomotiva foi a que mais situações de golo criou tendo como maestro o inconformado ponta de lança Sankhani. O único lance de perigo digno de realce do lado do Desportivo surgiu numa situação de bola parada com Zainadine a atirar uma bomba para a defesa apertada de David.

A segunda parte iniciou com o Ferroviário senhor das iniciativas do jogo. Logo no primeiro minuto, Jerry esteve à beira do golo ante a indecisão sobre o pé que ia usar para rematar na hora H.

O Ferroviário dominou o Desportivo e este nunca mais se achou em campo para total decepção de Augusto Matine que só não se fez dentro às quatro linhas por uma imposição regulamentar do próprio futebol, O golo tardou mas chegou à passagem do minuto 59. Belito, cinco minutos depois de ter entrado em campo, a meio da rua, desferiu um remate indefensável para o guarda-redes Jaimito.

Nos últimos momentos, o jogo baixou consideravelmente de ritmo e o Ferroviário tirou o pé do acelerador. O Desportivo ainda tentou correr atrás do prejuízo, todavia, tarde demais pois Luís Jumisse soprou pela última vez o seu apito.

Clássico à grandeza histórica das equipas

Já no domingo, o Maxaquene e o Costa de Sol protagonizaram o melhor do futebol moçambicano num jogo em que só faltou um vencedor para a alegria de uns e, obviamente, tristeza de outros.

As duas equipas não quiseram manter o respeito inicial de dois desconhecidos em confronto ou, antes, estudar o adversário. Trataram de meter o pé no acelerador à procura de golos.

Jogando tendo em conta os erros do adversário no decurso da primeira parte, os canários, no capítulo de ataques que chegavam à baliza com muito perigo, não foram superiores. Ou seja, o Maxaquene espreitou mais o golo com jogadas de perigo bem desenhadas de trás para a frente passando sempre por Hélder Pelembe, o camisola dez.

O Maxaquene, à passagem da meia hora de jogo, obrigou os seus adeptos a renderem uma salva de palmas quando passou a circular a bola com muita classe. O Costa de Sol respondeu – quase sempre – com admiráveis construções de jogo explorando ao máximo o flanco esquerdo de Eboh que incessantemente clamava por Themba ou pelo auxílio do pequeno Rúben.

No segundo tempo, o Maxaquene precisou apenas de quatro minutos para chegar ao golo. Campira, defesa central, foi quem usou a cabeça para mostrar aos seus companheiros de ataque como se faz para marcar. Com o tento, o Costa de Sol perdeu-se permitindo ao Maxaquene ganhar mais visibilidade em campo.

O Maxaquene dominou por completo a partida instantes depois do golo. Porém, graças a uma jogada sem perigo e muito menos fruto de uma construção inteligente, Manuelito II que acabava de pular do banco, tirou um adversário do caminho, galgou dois passos com a bola e, fora da grande área, atirou com magia para o fundo das malhas fazendo o golo da tarde, quiçá o deste campeonato.

As duas equipas ainda tentaram mudar o marcador, mas o nosso internacional Samuel Chirindza foi rápido ao apitar para o fim da partida.

Em Chibuto a equipa da casa empatou a zero com o Ferroviário da Beira num jogo em que houve tudo para que se festejassem golos de ambos os lados por aquilo que foi a produção das duas equipas em campo e o espectáculo dali saído que brindou de felicidade cerca de dois mil espectadores que, uma vez mais, lotaram o pequeno campo do clube de Chibuto.

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