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Moçambique repatria 63 bengalis ilegais

As autoridades moçambicanas repatriaram, quinta-feira, os 63 cidadãos bengalis retidos no Aeroporto Internacional de Maputo, desde a última terça-feira, por porte de passaportes com vistos falsos.

Segundo o Director Nacional da Polícia de Investigação Criminal (PIC), Carlos Comé, o Governo moçambicano responsabilizou a companhia “Ethiopian Airlines” que os transportou para Moçambique a levá-los de volta à sua origem.

Aquando da identificação dos 63 indivíduos portadores de vistos falsos, as autoridades de migração no Aeroporto Internacional de Maputo procuraram de imediato devolvê-los ao avião. Entretanto, a companhia aérea não quis colaborar e o avião acabou levantando voo. “Nós responsabilizamos a própria companhia que os trouxe para aqui, porque a companhia sabe que não pode transportar pessoas/ passageiros ilegais”, frisou.

Enquanto isso, os 70 cidadãos de origem bengali e paquistanesa que foram descobertos pela PIC numa residência localizada no Bairro do Aeroporto, na capital moçambicana, na última quartafeira, estão detidos na 18ª Esquadra para averiguações. O proprietário da casa que os albergou, que é paquistanês, está igualmente detido na mesma Esquadra.

De acordo com Comé, neste momento decorrem investigações para apurar as circunstâncias em que estes indivíduos entraram no país sem serem descobertos, bem como prossegue a avaliação dos passaportes dos mesmos.

“Alguns destes apresentam passaportes com vistos verdadeiros/ legais e nós queremos averiguar como é que isso aconteceu. Estamos a trabalhar para entender o fenómeno e responsabilizar as pessoas envolvidas, porque alguém os acolheu e deve ser responsabilizado”, disse.

Sem avançar detalhes, Comé disse tratar-se de um sindicato de tráfico de pessoas e quando os indivíduos envolvidos forem encontrados serão devidamente responsabilizados. “Eles dizem que vem a Moçambique para trabalhar e investir, mas sabemos que há outros interesses a volta”, salientou.

Nos últimos meses, Moçambique tem sido destino ou paragem preferencial de imigrantes ilegais, na sua maioria somalis e etíopes que fogem das crises vividas nos seus países de origem.

As províncias de Nampula e Cabo Delgado têm sido os principais pontos de entrada, por via marítima. Outros têm usado a via aérea para entrar em Moçambique, como são os casos dos paquistaneses e bengalis. Estes passam folgadamente pelos serviços de migração e não são descobertos.

Não se conhecem exactamente os propósitos dos imigrantes em Moçambique. Existem correntes que defendem que o país é usado como corredor para estes chegarem a vizinha África do Sul, onde vão trabalhar (nas farmas, minas, entre outros).

Dados das autoridades moçambicanas indicam que, nos últimos dias, mais de seis mil cidadãos somalis e etíopes fugiram do Centro de Refugiados de Maratane, província nortenha de Nampula, onde se encontravam alojados. As autoridades desconhecem o seu paradeiro.

Estatísticas oficiais indicam que, no ano passado, aquele centro registou um total de 9.973 requerentes de asilo, provenientes da Somália, Etiópia e de outros países como Mali e Congo. Contudo, até ao fim do ano, apenas 3.973 pessoas continuavam naquele centro.

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