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Moçambique prioriza agricultura e infraestruturas com fundos do BAD

A estratégia do Governo moçambicano na aplicação dos fundos disponibilizados pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) prioriza as áreas da agricultura e infraestruturas, na caminhada rumo ao desenvolvimento do país.

O ministro moçambicano da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, confirmou este facto numa breve conversa com a AIM, em Lisboa, à margem dos trabalhos da assembleia-geral do Banco Africano de Desenvolvimento.

O encontro de Lisboa, dominado pelas crises no norte de África e pela urgência de os dirigentes do continente estabelecerem uma relação entre crescimento económico e ganhos sociais, decorreu sob o lema “Rumo a uma Agenda de Crescimento Inclusivo”.

Quinta-feira, o representante português no BAD, Artur Cima, revelou que Moçambique vai beneficiar de apoio de cerca de 140 milhões de euros do Banco Africano de Desenvolvimento para investimentos nos próximos três anos. Moçambique é um dos 77 membros do BAD.

Esta Sexta-feira, a AIM questionou o ministro da Planificação para que áreas serão direccionadas os 140 milhões de euros. Em resposta, Aiuba Cuereneia sublinhou que uma parte destina-se ao financiamento directo ao Orçamento Geral do Estado (OGE)e outra para projectos em curso em Moçambique, principalmente para estradas, neste caso a Estrada Nampula-Lichinga, no Norte do país, co-financiada pelo BAD, e a Estrada Mueda-Negomano, em Cabo Delgado, também no Norte.

‘Neste momento estamos a discutir um outro financiamento para a Barragem de Massingir, cujas obras precisam de um adicional de mais de 20 milhões de dólares’, acrescentou o ministro.

As obras visam mitigar problemas técnico detectados na barragem, localizada na província meridional de Gaza. Entretanto, os trabalhos da assembleia- geral do BAD, cuja abertura oficial decorreu na Quinta-feira, encerraram esta Sexta-feira com a adopção do relatório final por “unanimidade”.

Num discurso apresentado na reunião de Lisboa, o ministro da Planificação e Desenvolvimento reconhece que BAD tem tido um papel importante no desenvolvimento económico e social de Moçambique, numa altura em que se sublinha a abordagem de crescimento inclusivo em África.

“No nosso País e, com importante contribuição do BAD, prosseguimos com investimentos em infraestruturas e serviços para o aumento da actividade económica, principalmente nas áreas rurais, onde destacamos os programas de electrificação rural, de expansão de instituições micro-finanças, de abastecimento de água e saneamento”, disse Aiuba Cuereneia.

Para Aiuba Cuereneira, a diversificação da economia e promoção de Pequenas e Médias Empresas no campo e nas cidades constitui “nossa estratégia na promoção de crescimento inclusivo”.

Moçambique, em linha com a abordagem de crescimento inclusivo, aprovou o Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP) 2011-2014, onde as prioridades estão centradas no aumento da produção e produtividade agrária e pesquisa; promoção de emprego e o desenvolvimento do capital humano.

“A nossa abordagem para o aumento da produção assenta na melhoria do acesso aos factores de produção: disponibilização de tecnologias adequadas, sementes melhoradas, o aumento da capacidade de vigilância e controlo de pragas e doenças, e optimização do aproveitamento da água para irrigação”, diz o ministro.

Em Moçambique, estima-se que cerca de 300 mil jovens procuram emprego anualmente, sem que a economia crie postos de trabalho suficientes no sector formal.

Para além da adopção do relatório final, na reunião da capital portuguesa foram firmados vários acordos de financiamento, em que o BAD se compromete a financiar projectos no valor de 500 milhões de dólares na Tunísia e de 160 milhões na Costa do Marfim, recomendando um pacote semelhante para o Egípto.

Ainda na Sexta-feira, a ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, ocupou em grande parte as atenções, aproveitando a presença na capital portuguesa de dezenas de governantes africanos para promover a candidatura à direcção do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Lagarde deixou Lisboa com apoio indirecto do BAD, numa resposta diplomática. Numa conferência de imprensa que marcou o encerramento dos trabalhos, os representantes do BAD sublinharam que “queremos que ganhe o melhor candidato”.

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