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SADC rejeita eleições este ano no Zimbabwe

A cimeira extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que terminou, sábado, em Sandton, arredores da cidade sul-africana de Joanesburgo, concluiu não haver condições para a realização de eleições no Zimbabwe no corrente ano.

Esta decisão constitui um revés para o Presidente Zimbabweano, Robert Mugabe, que exigia a realização de eleições este ano, mesmo havendo outras correntes contrárias, incluindo a própria SADC, sustentando não haver condições para o efeito.

“Toda a gente está de acordo que não há condições criadas para a realização de eleições credíveis este ano”, disse o ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, que participou neste encontro em representação do estadista moçambicano, Armando Guebuza, que regressou ao país na manhã de sábado por motivos de agenda.

Falando a jornalistas momentos após o término deste encontro, o governante moçambicano disse que a cimeira apreciou o relatório do facilitador da SADC na mediação da crise do Zimbabwe, o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, elaborada com base na declaração de Livingstone.

Em linhas gerais, a declaração de Livingstone teceu duras críticas ao regime de Mugabe, indicando o “desapontamento” e “impaciência” da SADC face aos “insuficientes progressos” do Zimbabwe na implementação do Acordo Político Global (GPA).

Igualmente, o documento indica a “grande preocupação” da SADC devido a polarização do ambiente político caracterizado pelo ressurgimento da violência, detenções e intimidação. Contudo, Zucula disse que o recente relatório apresentado, sábado, pelo facilitador demonstra que “houve progressos muito grandes no diálogo no Zimbabwe” e “há mais convergências do que divergências entre as partes”.

A fonte disse que já existe um roteiro sobre o Zimbabwe, tendo a SADC recomendado a calendarização das actividades que irão culminar com as eleições. Espera-se que com a realização de eleições “credíveis”, o Zimbabwe volte a recuperar a sua economia e a vida retome a normalidade.

Apesar de estar a recuperar lentamente depois da formação do Governo de Unidade Nacional em 2009, a economia do Zimbabwe ainda é fraca e o nível de desemprego e’ estimado em 90 por cento, estando a maioria da população activa a trabalhar no sector informal.

Cerca de quatro dos 12 milhões de zimbabweanos vivem fora do país, dos quais a maioria na vizinha África do Sul, onde trabalha nos sectores da saúde, hotelaria e educação. Em Gaberone, a maioria ou metade da população é zimbabweana. Refira-se que na sua sessão de hoje, a cimeira extraordinária da SADC não voltou a discutir o dossier Madagáscar.

Assim, a organização adoptou o roteiro elaborado pela equipa de mediação chefiada pelo antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano, e recomendou que o mesmo também seja assinado pelos três antigos estadistas daquele país, nomeadamente Didier Ratsiraka, Albert Zafy e Mar Ravalomanana, este ultimo destituído num golpe de estado ocorrido em Março de 2009.

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