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Moçambique precisa de 1.7 biliões USD/ano para investir em infra-estruturas

Moçambique precisa de cerca de 1.7 biliões de dólares norte-americanos (USD) por ano para investir em infraestruturas durante uma década para chegar ao patamar dos restantes países em desenvolvimento, contra cerca de 700 milhões de gastos actualmente.

Segundo os resultados de um estudo levado a cabo pelo Banco Mundial, no contexto do programa de diagnósticos nacionais de infra-estruturas em Africa, denominado AICD, Moçambique pode obter ganhos, através de uma melhor eficiência na gestão dos financiamentos por via de reformas, priorização de investimentos, eficiência operacional, manutenção adequada e recuperação dos gastos nos investimentos, entre outras medidas. A propósito, o estudo conclui que a falta de eficiência na gestão faz com que em alguns países em Africa os cidadãos paguem o dobro pelos serviços básicos de infra-estrutura do que as pessoas de outras regiões do mundo.

O estudo apresentado na quinta-feira, em Maputo, foi realizado em 24 países africanos, incluindo Moçambique, tendo como objectivo expandir o conhecimento colectivo sobre infra-estruturas em Africa, e consistiu no levantamento de dados e informações sobre a situação de infraestruturas como de energia, tecnologias de informação e comunicação (TICs, irrigação, transportes, agua e saneamento, entre outras. “Podemos concluir que o importante para Moçambique será sem duvida o aumento substancial das despesas em infra-estruturas ao mesmo tempo que se repensam as principais metas em áreas infraestruturais”, disse o representante Interino do Banco Mundial em Moçambique, Luiz Tavares, discursando na sessão de apresentação dos resultados do estudo, o qual estima em 31 biliões de dólares o valor necessário para transformar as infra-estruturas em Africa.

Na ocasião, Tavares sublinhou que o mais importante neste momento é o cometimento do Governo em prestar maior atenção a questão de infra-estruturas. “Quanto a isso, felicito desde já o Governo pelos grandes esforços que estão sendo empreendidos nas áreas apontadas pelo relatório como prioritárias, nomeadamente: na electrificação; na expansão da cobertura de agua e saneamento; telecomunicações e nos transportes rodoviários e ferroviários”, disse o Representante Residente Interino do Banco Mundial no país. Tavares reiterou o cometimento do Banco Mundial em trabalhar lado a lado com o Governo nas frentes em questão.

“Como sabem, cerca de 50 por cento do total dos valores cometidos na ajuda do Banco Mundial a Moçambique e que ascendem a cerca de um bilião de dólares da carteira de projectos vai para o desenvolvimento de infra-estruturas. Temos também demonstrado ao longo do tempo que podemos igualmente providenciar apoio em políticas neste domínio”, afirmou Tavares. Segundo ele, a tarefa que existe pela frente, como agentes de desenvolvimento, “é encontrar formas de acelerar o passo juntos neste domínio e maximizar, através de maior eficiência operacional, os efeitos dos investimentos em infra-estruturas, assim como buscar formas inovadoras de financiamento que possam ser sustentáveis para o pais nas suas diversas prioridades”.

O evento contou com a participação, para alem de oficiais do Banco Mundial e parceiros de cooperação, dos Ministros moçambicanos dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, da Energia, Salvador Namburete, e das Obras Públicas e Habitação, Felício Zacarias, e outros quadros do Governo moçambicano. Namburete, que presidiu a sessão de abertura, reconheceu que a componente de infra-estruturas no país merece mais atenção, pois, joga um papel determinante para impulsionar o desenvolvimento socio-económico do país, contribuir nos esforços de luta contra a pobreza e melhorar as condições de vida das populações.

Ele enalteceu o empenho e envolvimento cada vez maior dos parceiros em, conjuntamente com os governos africanos, particularmente com o Executivo moçambicano, empreender acções com vista a ampliar o conhecimento sobre os desafios mais prementes que se colocam no desenvolvimento das infra-estruturas, sobretudo na busca de soluções mais viáveis e sustentáveis que permitam alavancar a estrutura económica e social do país. “É nossa expectativa que os resultados desse estudo se traduzam para o desenho de um programa consistente e integrado de desenvolvimento de infraestruturas, capaz de motivar um interesse ainda maior de participação de todos os intervenientes, designadamente o sector público, os parceiros de desenvolvimento, agencias de financiamento e sector privado”, disse.

A disponibilidade de infraestruturas físicas, segundo Namburete, “é crucial para o desenvolvimento socioeconómico do país, sendo, para tal, determinante a conjugação dos esforços e o assumir do sentido de urgência na busca de soluções para os desafios que se colocam na materialização de empreendimentos neste momento. Namburete disse que o facto de Moçambique possuir um vasto potencial energético, combinado com a sua localização no espaço, confere ao país uma vantagem comparativa. No caso do sector de energia, segundo o Ministro, foi identificado um potencial hidroeléctrico na ordem de 12.500 megawatts, das quais apenas estão sendo exploradas 2.330 megawatts, sendo 2075 Megawatts a capacidade instalada da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).

Alias há um plano no sentido de aumentar esta capacidade em 850 Megawatts passando a ser de 2925 Megawatts. Contudo, apesar dos esforços que vem sendo empreendidos pelo Governo, segundo ele, apenas 14 por cento da população moçambicana tem acesso a electricidade, daí que se colocam vários desafios na transformação desse potencial e na sua colocação ao serviço das populações. “A solução para este problema centra-se aumento da capacidade de aproveitamento do potencial de que o país dispõe em condições acessíveis aos cidadãos”, disse.

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