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Pouco veneno chegou para as encomendas

Pouco veneno chegou para as encomendas

Mart Nooj havia pedido desculpas antecipadas ao público, pois os Mambas iriam evitar o espectáculo, para privilegiar a eficácia.

Mas ao contrário disso, conseguiu uma coisa e a outra. Ao invés, Humberto Coelho, que se dizia comprometido com a vitória, se efectivamente prometeu aos tunisinos eficácia e sucesso com espectáculo, não alcançou nem uma coisa e nem outra. O 14 de Novembro, que fica marcado como o grande dia da qualificação moçambicana ao 4.º CAN, também deve ser (por culpa própria) assinalado como uma nódoa para os tunisinos que exibiram futebol a menos em relação aos seus pergaminhos.

Isso, apesar de os Mambas terem “destilado” pouco veneno numa actuação que não chegou a “encher o olho”. Pouco e pobre futebol trouxeram os tunisinos, que consubstanciasse os galões e o prestígio que detém no Continente e no Mundo. Na primeira parte, foram uma vez com (relativo) perigo à nossa baliza. Na 2.ª, remataram por três vezes. Para trás ficaram imensos passes transviados, incapacidade no futebol aéreo e até fragilidade nos choques, apesar da estatura.

Se se pode dizer que os tunisinos (não) valem pelo conjunto, individualmente ainda menos exibiram, para lá da actuação do seu guarda-redes, e de algumas iniciativas perigosas do lateral esquerdo. Nos pormenores técnicos e nos “pormaiores” do colectivo, a Tunísia mostrou-se fraca. Até mesmo em termos mentais pois mesmo durante a altura do empate dos quenianos com os nigerianos e ainda durante a igualdade na Machava, não se entendeu bem a forma débil de contenção, jogando com a defesa em linha à espera do fora-de-jogo, sem acertar marcações e nem conseguir “empurrar” os Mambas para o seu reduto, de forma a diminuírem o risco latente de serem desfeiteados.

E se tudo isso era estranho, depois do golo e do “volteface” em Nairobi, a situação agravou-se. O “pássaro” fugia-lhes das mãos, era necessário arriscar tudopor- tudo, mas os visitantes continuaram no seu “ramerame” como se tivessem “sangue de barata”… Estranho, muito estranho mesmo!

A nossa melhor selecção de sempre?

Poderão individualmente não ser os nossos melhores jogadores de sempre. Porém, pelo conjunto, resultados alcançados e mais do que isso a forma como encara, olhos nos olhos, as selecções mais cotadas, sem tremedeiras, pode ser considerado o grupo mais forte de todos os tempos. A força mental, provavelmente filha de um balneário saudável, o conjunto de argumentos, alternativas tácticas, espírito de entre-ajuda, provados e comprovados nos três últimos anos, frente aos mais cotados, explicam os feitos. Que não devem ficar por aqui.

As razões para este estado de coisas são muitas.

• O facto de os integrantes viverem e jogarem fora, em campeonatos e países com mentalidades mais exigentes é desde logo uma “marca” que distingue estes futebolistas. A nível mental a Selecção é muito forte e nem nos momentos adversos ela verga. Ficou provado no Quénia em que quase virava a partida.

• Jogam há mais de três anos juntos e conhecem- se bem pelo que as compensações intenções, virtudes e defeitos, ganharam automatismos no grupo. A segurança de Mano e Simão, o irrequietismo de Dominguez e capacidade de briga de Dário Monteiro aliada à “ratice” de Tico-Tico, são algumas das mais. valias.

• Garantir a segurança defensiva primeiro, depois a posse de bola e a capacidade de a rodar o campo todo, são já imagens de marca. A paciência, sem loucuras e a espera das oportunidades, são outras “chaves” do sucesso.

• A isso junta-se liderança, cumplicidade e amizade, o que permite que mesmo quando alguns dos integrantes não estejam a render em pleno nos seus clubes, o aproveitamento por parte de Mart seja perfeito na Selecção.

• Por último, o estudo dos adversários, a preparação cuidadosa e criteriosa dos “misters” em cada jogo. Consoante o adversário, é preparada uma “teia”, centrada no eixo da zona central da defensiva, com tudo claro. Defender e tentar sair sempre a jogar. A recente “aquisição” de Mexer é uma mais-valia.

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