Moçambique possui uma das mais baixas taxas de ensino superior no continente africano, situando-se em 4% contra a média de 7% do resto de África. A nível da região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), apenas a vizinha África do Sul e as Ilhas Maurícias é que apresentam taxas iguais ou superiores a 7%, segundo Manuel Rego, director de Planificação e Cooperação do Ministério da Educação (MINED), realçando que, em Moçambique, a situação deve-se à fraca expansão de infra-estruturas para albergar aquele tipo de ensino.
Para inverter o cenário, o comissário da União Africana (UA) para Recursos Humanos, Ciência e Tecnologia, Martial de Paul Ikounga, revelou esta quinta-feira, em Maputo, que estão a ser aplicados cerca de 600 milhões de dólares norte-americanos para a construção de universidades pan-africanas, uma na Argélia e outra a ser erguida entre África do Sul e Ilhas Maurícias para beneficiar os restantes países da África Austral.
As duas instituições deverão começar a operar a partir de Setembro de 2014, de acordo ainda com aquele comissário da UA, acrescentando que as duas universidades vão estar vocacionadas ao ensino de Gestão de Água e de Ciências Espaciais. Ikounga falava, em Maputo, à margem da reunião dos ministros da Educação dos países membros da SADC que termina esta sexta-feira.
Na ocasião, o ministro moçambicano da Educação, Augusto Jone, defendeu a necessidade de aquele sector servir de “suporte efectivo” no processo em curso de integração regional, através da aposta na formação de quadros, bem como no investimento em infra-estruturas, redução do analfabetismo, maior aproximação do rácio professor/aluno e ainda na inovação do ensino técnico-profissional.
