Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Moçambique adverte Malawi a não violar a soberania moçambicana

O Ministro moçambicano da Defesa, Filipe Nyussi, advertiu ao governo do Malawi para que não volte a primar por novos casos de navegação não autorizada ao longo dos rios Chire e Zambeze.

Segundo reporta a Rádio Moçambique, a estação pública nacional de radiodifusão, a advertência foi feita no decurso de uma reunião da Comissão Mista de Defesa e Segurança dos dois países, terminada ao princípio da noite desta ultima Sextafeira, em Lilongwé, a capital daquele pais vizinho.

De referir que a advertência surge na sequência do Malawi ter decidido, unilateralmente, testar a navegabilidade do rio Chire. Esta situação levou a que no dia 22 de Outubro último fossem apreendidas duas embarcações malawianas que navegavam de Marromeu até ao porto fluvial de Nsanje.

Esta decisão unilateral do Malawi levou o governo moçambicano a censurar as autoridades malawianas pelo que chamou de conduta ‘reprovável’, justificando a apreensão dos dois barcos como uma alegada tentativa do Governo de Lilóngwé de forçar testes de navegabilidade dos dois rios antes da realização de estudos de impacto ambiental e de viabilidade económica naquela rota fluvial.

De sublinhar que em Agosto do ano passado, membros da polícia malawiana atacaram o posto policial de Ngaúma, na província de Niassa, sobre o qual lançaram uma granada de gás lacrimogéneo, dispararam dois tiros e incendiaram duas casernas e destruíram equipamento de trabalho da Policia moçambicana que, surpreendida, teve de abandonar o local.

Nyussi considerou, em Lilongwé que a advertência do governo moçambicano às autoridades nacionais malawianas visou a reafirmação da soberania moçambicana sobre o seu território e que quaisquer diferendos devem ser resolvidos “na base do diálogo e nunca à base força”.

“Na nossa história comum não encontramos lugar para qualquer tipo de confrontação ou violência”, sublinhou aquele membro do governo moçambicano, que chefiou a delegação do país na reunião da Comissão Mista de Defesa e Segurança.

Filipe Nyussi disse ainda que o governo do Malawi carece de muita informação sobre a necessidade de um estudo ambiental que determine a navegabilidade daqueles dois rios, uma premissa que está inclusivamente inscrita no acordo tripartido assinado entre Moçambique, Malawi e Zâmbia, em 2005.

O encontro, de acordo com Filipe Nyussi, deliberou também sobre o intercâmbio entre as chefias militares dos dois países, a continuação da reafirmação da fronteira comum, a troca de informações estratégicas e a extradição de prisioneiros moçambicanos e malawianos detidos em cada um dos países.

Sobre a troca de prisioneiros detidos nas cadeias dos dois países, o Ministro da Defesa de Moçambique disse que uma comissão conjunta está já a ultimar e harmonizar os documentos necessários para a concretização das pretensões dos dois governos, e que a conclusão de todo o processo poderá acontecer antes da realização da sexta reunião da Comissão Mista de Segurança.

Moçambique e Malawi são separados por uma linha fronteiriça com cerca de 1592 quilómetros de extensão e tem pontos de contacto entre os dois países nas províncias de Tete, Niassa e Zambézia.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!