Moçambique decidiu retirar-se do projecto de navegação nos rios Chire e Zambeze, ligando Nsanje, no Malawi, e o porto de Chinde, na província central da Zambézia, numa extensão de 240 quilómetros.
Trata-se de um projecto que havia sido proposto pelo governo do Malawi visando a criação de um canal de navegação fluvial até à costa moçambicana. A retirada de Moçambique deve-se ao incumprimento de prazos por parte do consórcio zimbabweano contratado para realizar os estudos de impacto ambiental, segundo estabelece o memorando de entendimento assinado este ano com o Malawi e a Zâmbia. O facto foi revelado sexta-feira a Rádio Moçambique (RM) pelo Ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi.
O memorando tripartido previa que nenhuma decisão podia ser tomada antes da realização dos estudos de impacto ambiental. Logo depois da assinatura do memorando alguns funcionários moçambicanos começaram a duvidar da capacidade técnica do consórcio contratado para a realização dos estudos de impacto ambiental, facto que veio a confirmar-se agora e que levou Moçambique a retirar-se do projecto.
O memorando de entendimento ora comprometido devido à morosidade dos estudos de impacto ambiental havia sido rubricado pelos Ministros dos Transportes de Moçambique, do Malawi e da Zâmbia, respectivamente, Paulo Zucula, Khumbo Kachali e Godffrey Lungwangwa, bem como pelos representantes da SADC, da COMESA e do Consórcio ZARTCO.