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Moçambicana Lídia brito directora na UNESCO

A antiga Ministra moçambicana do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, Lídia Brito, é a nova Directora da Divisão de Politicas de Ciência da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). 

Brito, que foi a primeira responsável pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia de 2000 a 2005, deverá assumir esse cargo em Dezembro próximo em Paris, segundo escreve a SciDev.Net, uma organização que se dedica a publicação de informação de natureza cientifica.

Ela vai substituir Mustafa E Tayeb, que vem dirigindo os destinos desta divisão da UNESCO desde 1996. Com o nível de PhD em Ciências Florestais, Brito é considerada como uma experiente na matéria de elaboração de politicas da ciência.

Como Ministra, ela foi responsável pela elaboração da Estratégia Nacional do Ensino Superior e pelas reformas do quadro legal da Ciência. Após servir o Governo na qualidade de Ministra, ela leccionou ciências florestais na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a maior e mais antiga instituição do ensino superior em Moçambique, tendo também servido ao Conselho Universitário das Nações Unidas e o Fórum Africano de Florestas.

Dada essa larga experiência no circuito africano de Politicas de Ciências, a indicação da Lídia Brito para este cargo é largamente saudada no mundo. “Ela é bem conhecida como uma defensora e apaixonada pela ciência baseada em desenvolvimento nos países pobres”, disse Mohamed Hassan, director executivo da Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (TWAS).

“Não podemos pensar em nenhuma outra pessoa melhor para estabelecer os recentes esforços da UNESCO de desenvolver capacidade nas políticas de ciências no mundo em desenvolvimento e, particularmente, em Africa”, acrescentou. Por sua vez, Tomas Kjellqvist, responsável pela cooperação na pesquisa na Agencia Sueca de Desenvolvimento (Ssda), disse esperar que o papel de assessoria da UNESCO ganhe progressos nos países menos desenvolvidos. “Acreditamos que a Lídia Brito tem experiência e rede de contactos necessários para alcançar essa expectativa”, disse.

Mas os peritos acreditam também que Lídia Brito irá ter desafios enormes. Peter Tindemans, um perito em politicas de ciências e que trabalhou com a UNESCO no relatório sobre ciência de 2005, traça os desafios em dois tipos. O primeiro é o de lidar com o hábito da UNESCO em dispersar os recursos em pequenas quantidades. O segundo, ligado ao primeiro, é de reconsiderar a prática da UNESCO de ajudar os países pobres a desenhar politicas, enquanto falha assistir os mesmos na implementação das mesmas.

Um terceiro desafio seria o de melhorar a componente de “inovação” das políticas de programas da UNESCO, acrescenta John Daly, antigo oficial de ciências da Agência norte-americana de Desenvolvimento Internacional (USAID), que também trabalhou como consultor do Banco Mundial. “A diferença é uma mudança do foco da pesquisa para o desenvolvimento e inovação nos sectores produtivos”, referiu.

Espera-se que Lídia Brito seja apoiada no seu novo trabalho comum ligeiro aumento do orçamento dessa divisão. Um documento sobre o orçamento preliminar da UNESCO indica um aumento em 2,5 milhões de dólares o bolo destinado a divisão das ciências naturais, passando para um total de 22 milhões. O documento aponta as políticas de ciências como área prioritária da organização.

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