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MISAU está descontar salário aos médicos

O Ministério da Saúde (MISAU) está já a cumprir a sua promessa de descontar salários aos médicos que, por conta da greve, ora terminada, se ausentaram dos seus postos de trabalho, o que resultou na acumulação de faltas. A informação foi revelada esta quinta-feira (20), em Maputo, pelo presidente da Associação Médica de Moçambique (AMM), Jorge Arroz, durante o encontro com a Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH).

Arroz disse ter recebido o relatório de registo desta situação nas províncias de Nampula, Sofala e Maputo, indicando que os descontos são de dois mil meticais. A fonte disse, entretanto, que o Ministério da Saúde (MISAU) não explicou as motivações desta situação, tendo-se limitado a enviar uma circular a informar às unidades sanitárias informando que “o processamento de salário para este mês será feito de forma diferente.”

Segundo disse o líder da AMM avançou que os médicos vão recorrer dessa medida, até que, pelo menos, seja explicada a sua causa. Sem avançar muita informação, o líder da AMM revelou também que a MISAU está a proceder à transferência de alguns profissionais médicos para as províncias. “O MISAU está a chamar os médicos para dar guia de marcha para as províncias”, disse.

Arroz recusa, contudo, a interpretação de que o fim da greve dos profissionais da saúde sem que tenham sido satisfeitas as suas exigências pode gerar uma greve silenciosa nas unidades sanitárias. “Essa interpretação não é da AMM”, disse, acrescentando, no entanto, que a insatisfação da classe associada às intimidações e processos disciplinares contras alguns médicos pode prejudicar a saúde psicológica dos médicos.

Ainda na senda das consequências da greve, Jorge Arroz entende que a suspensão, pelo MISAU, dos cursos de pôs graduação que são frequentados por alguns profissionais de saúde é também um golpe duro que pode criar um mal-estar aos formandos. Este disse ainda que a esta suspensão tem claramente um carácter punitivo aos profissionais de saúde que aderiram à greve e que a mesma ainda não tem desfecho.

Segundo este profissional da saúde, a ideia da retomar a greve, por enquanto, está afastada, como forma de dar espaço ao Governo para repensar nos “factores motivacionais” para os profissionais de saúde. Porém, em caso de falha de todos os mecanismos para se ultrapassar este diferendo, a greve será retomada apenas como último recurso.

No encontro com a Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), ocorrida à porta fechada, a AMM apresentou queixas que considera serem violação dos direitos humanos contra os profissionais da saúde. Por sua vez, a CNDH prometeu averiguar a situação de modo a apurar se realmente há queixas tem ou não fundamento. Para tal, a CNDH irá ouvir a contra-parte, que é o Governo.

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