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Ministros do ambiente de 40 países tentam salvar tratado internacional

Os Ministros do Clima e do Ambiente de 40 países começaram na segunda-feira em Copenhaga uma reunião de dois dias, o último encontro oficial previsto antes da cimeira da ONU sobre o Clima, agendada para Dezembro na capital dinamarquesa.

A reunião vai debater os principais temas da agenda da cimeira de Copenhaga, informou o Ministério do Clima dinamarquês, acrescentando que a lista de participantes integra “países centrais” das negociações, como os Estados Unidos da América (EUA), China e Índia, mas também países africanos e vários arquipélagos, que serão afectados pela anunciada subida dos níveis do mar na sequência das alterações climáticas. A Ministra do Clima dinamarquesa, Connie Hedegaard, é a anfitriã deste encontro, que vai tentar salvar as difíceis e, até ao momento, inconclusivas prénegociações para um novo tratado climático internacional. “Esta reunião será o lugar onde teremos de ir ao centro das discussões, incluindo os assuntos mais problemáticos.

Não temos mais tempo à nossa disposição”, afirmou Hedegaard na sessão de abertura da reunião, que irá decorrer à porta fechada. A Ministra dinamarquesa realçou ainda o facto deste encontro ter conseguido reunir uma representação política de alto nível, o que reflecte uma “vontade real” dos países para trabalharem num novo acordo climático na cimeira internacional. O responsável da ONU para as alterações climáticas, Yvo de Boer, outro dos participantes desta reunião, afirmou, na mesma sessão de abertura, ser necessário alcançar “uma série de decisões claras”, para conseguir pôr em prática um novo tratado seis meses depois da cimeira internacional.

Entre 07 e 18 de Dezembro, a comunidade internacional vai tentar alcançar, na capital dinamarquesa, um acordo para suceder ao Protocolo de Quioto (1997), que expira em 2012. O acordo deve fixar uma nova meta global recorde para a redução das emissões de gases com efeito de estufa. No domingo, a Ministra do Clima dinamarquesa manteve um encontro bilateral como o homólogo chinês, Xie Zhenhua, e reuniu-se nos últimos dias com dez ministros do continente africano e governantes da Liga Árabe, informou o Ministério. Entretanto, um porta-voz do executivo alemão anunciou na segunda-feira a presença da chanceler alemã, Angela Merkel, na cimeira de Copenhaga, para “tentar obter pelo menos um resultado mínimo” no que respeita à redução das emissões de gases de estufa.

O governo alemão “já não espera um acordo vinculativo” para combater as alterações climáticas, disse o porta-voz adjunto, Christoph Steegmanns. O governo de Angela Merkel reagia assim à declaração oficial dos países do Fórum de Cooperação Económica Ásia- Pacífico (APEC, sigla em inglês) e do Presidente norte-americano, Barack Obama, que na cimeira da organização, em Singapura, no fim-de-semana, disseram que “já não é possível” um tal acordo na capital dinamarquesa. “O governo alemão não esconde que as pré-negociações para a cimeira de Copenhaga não provocaram nenhuma euforia e essa é uma das razões para a chanceler ter decidido participar activamente na cimeira”, disse Steegmanns.

EUA e China devem assumir princípios básicos para reduzir emissões Entretanto, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, instou na segunda-feira os Governos dos Estados Unidos e da China para que assumam, no mínimo, princípios básicos na 15.ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP-15), em Dezembro, em Copenhaga. “Eu espero que Estados Unidos, China e outros países, em Copenhaga, consigam avançar para, no mínimo, assumir alguns princípios básicos para que a gente consiga diminuir os gases de efeito estufa”, afirmou o chefe de Estado brasileiro no seu programa semanal de rádio.

O Governo brasileiro foi surpreendido com a decisão anunciada domingo, em Singapura, pelos membros da APEC, entre os quais os dois maiores responsáveis pelas emissões de gasesestufa, Estados Unidos e China, de que não haverá acordo abrangente sobre o clima em Copenhaga. Líderes da Ásia, Estados Unidos e Europa, incluindo o Primeiro-Ministro da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, anfitrião do encontro do próximo mês, decidiram adiar as metas obrigatórias de redução das emissões de dióxido de carbono.

Entre as principais barreiras para um acordo concreto em Copenhaga está a incapacidade do Congresso norteamericano de aprovar uma legislação assumindo metas obrigatórias de cortes das emissões, o que ficaria, portanto, apenas para o próximo ano. Sem o compromisso por parte dos Estados Unidos, todos os outros países, ricos ou em desenvolvimento, teriam relutância em assumir metas de redução. Lula da Silva, que esteve na segunda-feira em Roma a participar na I Cimeira sobre Segurança Alimentar, disse, no entanto, que o Brasil vai manter o compromisso anunciado na última Sexta-feira.

“O Brasil, por conta própria, tomou uma decisão extremamente importante. O Brasil vai trabalhar para diminuir entre 36 e 38,9 por cento a emissão de gases de efeito estufa”, assinalou, referindo que metade dessa redução virá com o combate à desflorestação da Amazónia. O Presidente brasileiro lembrou ainda já ter acertado com o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e com o Primeiro- Ministro britânico, Gordon Brown, compromissos para a redução das emissões de dióxido de carbono.

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