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‘@minha verdade – Sobre charlatães, salvadores e tele-evangelistas

“Toda a sociedade que não é esclarecida por filósofos é enganada por charlatães” (Concorcet) Advirto: não sou contra qualquer tipo de fé ou crença (religiosa), embora considere, na minha forte convicção, que estar com Deus não requer templo nem clube de culto.

Sim, porque à proporção cogumélica com que vão surgido igrejas, seitas ou crenças religiosas arrisco-me a considerar que há cada vez mais clubes de culto com os seus adeptos, neste nosso país, do que propriamente igrejas de facto e de direito…baseadas na fé, com doutrina, moral e ética dignas de serem representantes de Deus ou mensageiros de Deus. Sejam igrejas, seitas, clubes de culto ou sei lá o que lhes atribuem os compêndios de designações, não estou absolutamente contra a sua existência. Mas, confesso, cada vez mais simpatizo com alguns ideais dos comunistas (não obstante os comunistas de ontem tenham virado os consumistas de hoje) de que a religião “é ópio do povo”.

É que, mais do que na nobre e sagrada missão de levar a palavra do Senhor aos fiéis e infiéis, aos seus filhos, assiste-se cada vez mais a uma multiplicação desses clubes de culto no país, que ao invés de evangelizar, educar nos preceitos da fé, da ética e da moral, campeiam pelo outro campeonato…o do “business”, o da angariação de adeptos que lhes dêem todo o dinheiro que têm e que inclusive não têm em troca de prometidos milagres, em nome do Pai.

Com a amnésia e a anestesia politicamente induzidas, agora sobre o meu povo, sobre nós o povo, injectam-se substâncias altamente dopantes de crença nos milagres a troco de todo o metal, o vil metal, que se puder pagar…como se Deus precisasse do dinheiro dos homens para operar a Graça Divina sobre suas vidas! Acresce, caros patrícios, a esse quadro de promessas vis e mil de bênção do Senhor em troca da unção monetária, o “assalto à televisão” a que se assiste, em sinal aberto, todos os dias.

Em Nome do Pai, até ficção imitando a vida real ou ficcionando factos da vida real com a dose de exagero típica de ficção serve para angariação de adeptos a esses clubes de culto…ao vivo (ou gravado) e a cores, manipulando-se a palavra do Senhor ao serviço desse negócio da fé dos pobres homens… Campeia, assim, ante a impavidez e serenidade das autoridades, a missão dos tele-evangelistas que operam “enferramentados” de todo o arrivismo possível e imaginário, vendendo o seu evangelho e “encavernando” os telespectadores na escuridão de seus templos… para que de lá só saiam com o bolso vazio de dinheiro mas cheio de fé no milagre da multiplicação a partir do nada…como que à espera da gota de água do Santo Graal redentor dos seus sonhos e ambições de uma vida abastada e afortunada.

É esse evangelho da fortuna, tele-vendido em sinal aberto, no reino da passividade e permissividade do nosso Estado laico, que completa o quadro da amnésia (política), anestesia (alcoólica) e metadona (religiosa) sobre o meu povo…em plena era de viragem e empreendedorismo! Ó velho Deus dos homens, deixa-me ser TU por um dia, só por um dia…

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