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Mineradora Vale alvo de críticas severas por danos ao meio ambiente

Organizações e movimentos sociais acusam a mineradora Vale de ser responsável por impactos ao meio ambiente e remoção forçada de comunidades atingidas pelos empreendimentos da empresa, inclusive nos projectos em Moçambique.

As denúncias estão contidas no Relatório de Insustentabilidade da Vale 2012, divulgado esta semana no Rio de Janeiro pela Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, que reúne 30 organizações e movimentos sociais, não apenas do Brasil, mas de países onde a mineradora actua, como Argentina, Chile, Canadá e Moçambique.

A empresa brasileira emprega mais de 174 mil pessoas e está em cerca de 30 países, sendo a líder mundial na produção de minério de ferro e segunda maior produtora de níquel.

As actuações da Vale em Moçambique também foram foco de críticas no documento inédito, ao destacar que a companhia “tornou-se um dos principais protagonistas do processo de expropriação de terras em Moçambique”.

As organizações moçambicanas Justiça Ambiental, Sindiquímica-PR e SINTICIM, que integram a Articulação Internacional, denunciam que a mineradora brasileira tem “continuamente criado conflitos de terra e agravado a pobreza e a vulnerabilidade das comunidades rurais afectadas pelo seu projecto”.

1313 famílias afectadas

Segundo relatos destas organizações, 1313 famílias rurais moçambicanas tiveram as suas terras expropriadas.

Em Moatize, relatos de entidades locais dão conta que um jovem operador de equipamentos pesados morreu após o compactador que manejava o ter sacudido bruscamente e atirado ao solo, tendo ficado mais de duas horas sem ser resgatado.

Segundo o documento, a Vale teria culpado o trabalhador por “não ter prendido bem o cinto de segurança”.

Incidentes de Cateme

Já em Cateme, a via que leva carvão para o porto da Beira foi bloqueada, em Janeiro deste ano, por moradores que perderam as suas terras e moradias para a mina de carvão da Vale e que “tem convivido com falsas promessas sobre emprego, compensações e sobre a viabilidade económica da comunidade”.

O documento é um “relatório sombra”, feito nos mesmos moldes do Relatório de Sustentabilidade da mineradora, mas que contrapõe a versão oficial.

Segundo a directora executiva da Organização Não Governamental Justiça Global, Andressa Caldas, a mineradora é “uma corporação altamente impactante, que se tem mostrado violadora de direitos nos mais de 30 países onde opera”.

Esta Quinta-feira, cerca de 80 activistas de movimentos sociais que integram a articulação internacional protestaram em frente à sede da Vale, no centro do Rio de Janeiro.

Um comunicado divulgado pela Vale, no início deste ano, informa que o Projecto de Carvão Moatize, em 2010, deslocou 1108 famílias nas comunidades de Chipanga, Malabwe e Begamoio, mas que teria havido uma consulta às comunidades e às pessoas afectadas.

Em 2010, “foram consideradas alternativas viáveis para evitar ou minimizar o desalojamento físico ou económico”.

Segundo informou a mineradora em comunicado, “uma vez concluído o processo de reassentamento das famílias, foram iniciados programas para a melhoria da qualidade de vida dessas populações”.

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