O governo de Mianmar libertou, esta terça-feira (8), 56 presos políticos, cumprindo uma amnistia presidencial que beneficiou principalmente integrantes de milícias étnicas com as quais o governo tenta estabelecer acordos de paz, segundo os activistas e autoridades.
É a segunda amnistia desde que o presidente reformista Thein Sein prometeu em Julho, durante uma visita à Grã-Bretanha, que todos os prisioneiros de consciência seriam libertados ainda neste ano.
Um grupo de 73 presos já havia obtido a liberdade a 23 de Julho. Durante décadas, o regime militar da antiga Birmânia encarcerou activistas, jornalistas, políticos de oposição e até comediantes que fossem vistos como uma ameaça ao Estado, uma situação que foi a principal justificativa para sanções ocidentais ao país.
Sob o governo da junta militar, que cedeu o poder em Março de 2011, estima-se que o número de presos políticos chegasse a 2.500. Centenas deles já foram libertados no governo de Thein Sein, o que levou à suspensão da maioria das sanções por parte dos EUA, Europa e Austrália, permitindo a retomada de investimentos e da ajuda ao desenvolvimento.
Segundo Bo Kyi, da ONG Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos, a maioria dos presos soltos na terça-feira havia pertencido a grupos separatistas das etnias minoritárias shan e kachin.