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MFW celebra 10 anos

Assinala-se neste ano o décimo aniversário do Mozambique Fashion Week (MFW). A grande celebração irá ocorrer entre 4 e 14 de Dezembro, sendo que algumas actividades decorrem a partir de Julho corrente. Com uma série de inovações, os organizadores do evento que instiga o seu público a manter-se preparado garantem que “nada será como dantes”.

O grande objectivo, neste ano, é mostrar ao mundo um Moçambique mais criativo com engenho e criatividade. Como tal, as actividades iniciais como, por exemplo, as inscrições irão decorrer ao longo de Julho enquanto os castings terão lugar em Setembro.

O que se diz sobre o tempo que passou? O director da DDB, a agência que realiza o MFW, Vasco Rocha, afirma que os 10 anos foram percorridos transpondo-se uma série de dificuldades – o que só foi possível graças ao apoio dos públicos envolvidos. “Contámos com o auxílio das marcas, dos modelos e dos estilistas cujas carreiras evoluíram ao longo do tempo”. Além do mais “tratou-se de anos de trabalho árduo em que, de alguma forma (não só através da moda, mas da sua simbiose com outras actividades artístico-culturais, a gastronomia e o turismo) desenvolvemos algo que actualmente constitui um dos eventos de referência em Moçambique, em África e na Europa”.

Numa visão sempre progressista, Rocha enfatiza que “desenvolvemos algumas parcerias com a Itália. Desde 2013, construímos novas relações com o Portugal Fashion, o que possibilitou que estilistas moçambicanos participassem em eventos na Europa para exporem a sua criatividade e empenho. Nesse sentido, a partir das criações moçambicanas, mexemos a dinâmica dessas praças mundiais. Desejamos que os mercados em que exercemos alguma influência aumentem em número e cresçam. É nosso anseio, igualmente, que os nossos estilistas evoluam com criatividade e engenho para que possam mostrar o seu valor profissional e artístico ao mundo”.

Formação como inovação

Uma das inovações da décima edição do Mozambique Fashion Week tem a ver com a aposta na formação de estilistas em áreas específicas. Trata-se de um sector em que Moçambique se debate com dificuldades agudas. É nesta perspectiva que Vasco Rocha afirma que “constatámos, já há bastante tempo, que em Moçambique não há escolas de moda, muito menos agências de modelos. Por isso, vamos aumentar o nível de formação dos estilistas. Dentro das condições do MFW, o nosso objectivo é criar condições e possibilidades para que os estilistas possam evoluir com formação. Assim, em Julho, teremos uma formação associada à tecnologia com uma profissional que vem de Portugal”.

Parceiros satisfeitos

Entretanto, os parceiros do MFW revelam alguma satisfação em relação ao nível de crescimento que o evento tem registado nos últimos anos. Por exemplo, o representante da empresa patrocinadora oficial da realização, Riaz Jassat afirma que “a Vodacom começou com o Mozambique Fashion Week há dez anos. Tal como o MFW, quando iniciámos a nossa actividade no mercado moçambicano, éramos uma empresa pequena e, nos últimos 10 anos, crescemos. Não há dúvidas de que temos valores em comum – a ambição, a inovação e a busca constante pelo crescimento para que possamos ser os melhores no espaço em que nos encontramos. É isso o que queremos continuar a ser nos próximos anos”.

Carlos Melo, da TV Cabo, outra empresa que financia o projecto, compreende que “o MFW é um evento de relevo cultural que forma talentos e potencia as actividades culturais no país. Além do mais, contribui para que toda uma indústria cultural se desenvolva. Portanto, para nós, enquanto operadores dos media, faz todo o sentido dar destaque a esta cerimónia”. Por exemplo, no ano passado, entrámos com um ‘streaming’ – fluxo de media – em que dávamos algum destaque a todos os desfiles e festas, o que pretendemos fazer continuamente neste ano e reforçar a nossa presença histórica no evento. São 10 anos que passam e estamos com uma grande expectativa em relação ao futuro”.

À semelhança da comunicação do MFW, “na TV Cabo também ‘nada será como dantes’. No segundo semestre de 2014 teremos muitas novidades e o MFW será uma das plataformas em que vamos estar a anunciar e a fortificar a nossa marca e identidade, os valores nacionais e o talento moçambicano”.

Entretanto, Teodósio Rey, da S&R, não se arrepende do facto de a empresa de que é representante ter firmado parcerias com a MFW: “Nós viemos para inovar o evento através dos nossos equipamentos. Temos um grande interesse em estar associados a projectos inovadores que crescem anualmente, tornando-se referências incontornáveis. Uma outra característica do MFW é a preocupação em acrescentar algo de novo à medida que o tempo passa”, afirma e argumenta: “Sempre que se fala acerca do MFW, pensamos sobre o que fazer diferente e de forma genial. É este tipo de negócios e práticas que a S&R aprecia. Para nós é um grande orgulho fazer parte deste grande projecto. Portanto, espero que todos os moçambicanos e cidadãos de outras parcelas do mundo estejam com os olhos abertos e bem atentos ao MFW 2014, porque este traz uma série de inovações”.

A LAM convive com o MFW há três anos e com um grande engajamento. Acerca dessa experiência, Adil Ginabay narra que “queremos que a nossa cultura tenha grande visibilidade além-fronteiras. Em 2012, participámos no evento fazendo algo inovador no país, a partir de um avião em que se fez um desfile com hospedeiras.

No ano passado, a nossa participação não foi de grande relevo por causa das dificuldades que experimentámos. Felizmente, os sobressaltos em que estamos envolvidos estão a ser resolvidos. Por isso, neste ano, vamos participar na realização de forma cada vez mais engajada, a fim de torná-la mais duradoira, promovendo a nossa cultura no mundo”.

Viagens

Entretanto, ainda neste mês, estilistas como Nivaldo Tierry e Osmar Adelino viajam para a Itália onde irão participar em eventos de moda. Adélia, Sheila Tique, Shazia Adam e Carla Pinto são as estilistas estabelecidas que, em Outubro, tomarão parte no Portugal Fashion. Outros estilistas serão seleccionados para participarem no South Africa Fashion Week, um evento que, de certa forma, é muito parecido com o MFW por ser de desenvolvimento.

Recorde-se a décima edição do MFW irá acontecer entre 4 e 14 de Dezembro. No primeiro dia, “realizaremos a gala Mozambique Fashion Awards, uma cerimónia restrita, em que se irá reconhecer o trabalho dos públicos – estilistas, modelos, fotógrafos – envolvidos no mundo da moda e que conseguiram evoluir alcançando grandes patamares.

Estamos a ver se conseguimos realizar uma festa no Indy Village, um espaço completamente aberto à moda em que as pessoas vão ‘interagir’ com as roupas que os estilistas terão exibido no dia anterior ou com marcas e produtos ligados à moda”, afirma Vasco Rocha deixando o seguinte conselho: “Gostaria de deixar como desafio, sobretudo para os estilistas, a necessidade de se perceber que o sonho não pára, não tem paredes. Por isso, temos que trabalhar a fim de garantirmos que a nossa qualidade, as nossas ideias, os nossos desenhos se tornem realidade aglutinando-se muita força, engenho, inovação e, acima de tudo, muita qualidade”.

Segundo Rocha, no mundo da moda, o maior “desafio é tornarmo-nos referências no trabalho que desenvolvemos – o que passa por mudar a nossa atitude. Temos que mostrar que somos tão ou mais capazes que os outros. Se nós mandamos estilistas para fora do país, também queremos mandar modelos. No entanto, para se fazer a qualidade desse produto deve-se argumentar a favor. Será essa marca que nos habilitará a criar conteúdos susceptíveis de alimentar as plataformas dos media existentes. Há um grande interesse por parte destes de encontrar informação significativa, com valor de referência para que possam contar histórias de pessoas aos seus utentes”.

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