O Estádio Azteca estava pintado de verde, com cerca de cem mil fanáticos – 98.943 pessoas, para ser mais exato – na arquibancada. A festava estava toda preparada, e os garotos do México não os decepcionaram. Este domingo, a seleção da casa bateu o Uruguai por 2 a 0 e sagrou-se campeã do Mundo de Sub-17 da FIFA 2011, na Cidade do México.
Estee é o segundo título da competição para os mexicanos, que haviam vencido o torneio do Peru 2005, com uma geração que revelou nomes como o médio Giovanni dos Santos e o atacante Carlos Vela. O Uruguai termina com um hornoso vice-campeonato, a sua melhor colocação na história da competição.
A final
Por pouco mais de 25 minutos, o jogo estava bem ao gosto do Uruguai. Com o seu sistema de marcação intenso, sustentando uma defesa que havia sofrido apenas três golos nas seis partidas anteriores, a equipe dava poucos espaços aos rivais. O primeiro remate a baliza dos anfitriões aconteceu apenas aos 26 minutos, e a bola nem chegou à baliza, saindo pela lateral após um desvio.
O Uruguai combatia com muita força no meio-campo, com cerca de oito homens mais recuados e dois para puxar o contra-ataque. Numa dessas investidas levou um grande perigo a baliza mexicana. Kevin Escamilla falhou ao tentar interceptar a bola no meio-campo pelo alto, e ela sobrou nos pés de Guillermo Méndez. O médio dominou e foi com tudo numa arrancada até chegar à área e fazer o passe para Elbio Álvarez, que bateu de primeira, para fora, saindo à esquerda. Uma oportunidade única desperdiçada e que custou caro.
Aos 31 minutos, o golo mexicano, na sua segunda jogada de perigo. Após um cruzamento da direita, o talentoso médio Carlos Fierro subiu no segundo pau e cabeceou para o centro da pequena área. O capitão e defesa Antonio Briseño estava livre para marcar, sem deixar a bola cair, com seu pé direito. O Azteca foi ao delírio.
Três minutos depois, o Uruguai quase empatou o jogo. Depois de Maximiliano Moreira lutar pela bola na entrada da área adversária, Álvarez, novamente, ficou com a sobra. Ele bateu firme, um rematec rasteiro, e a bola bateu na trave esquerda de Richard Sánchez, num grande susto.
O México voltou do intervalo com a final sob controle, com mais posse de bola, sem deixar o Uruguai à vontade para trocar a bola. A Celeste só conseguia levar relativo perigo apelando para a passes longos para a área mexicana. Numa dessas jogadas, aos 62 minutos, em cruzamento da esquerda, a bola sobrou no pé do atacante Juan San Martín. O central domingou, cortou para a esquerda, escolheu o canto e rematou de chapa. A bola bateu novamente na trave esquerda de Sanchez.
Por outro lado, os mexicanos colocavam pressão no campo ofensivo, apesar de não criar tantas oportunidades. Toda vez que a seleção descia em contra-ataques ou em jogadas trabalhadas, porém, já era motivo para o público no Azteca agitar-se e empolgar-se. Eles também vibraram muito quando o o meio-campista Júlio Gomez entrou em campo aos 63 minutos, ainda com a cabeça protegida por uma bandagem, após seus feitos heróicos na seifinal em Torreón contra a Alemanha. Ele foi recebido com aplausos de pé pelos adeptos.
A vibração foi ainda maior quando entrou o segundo golo, no segundo minuto dos acréscimos, como Giovani Casillas, finalizando um contra-ataque em campo aberto, recebendo assistência de Arturo González. Primeiro veio um grito coletivo. Depois, canto atrás de canto. Afinal, eles vieram ao estádio para comemorar.