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Meio milhão de pessoas demonstram apoio ao Papa, em Fátima

Meio milhão de pessoas participaram esta quinta-feira da missa celebrada por Bento XVI em Fátima, Portugal, provando dessa forma, segundo a Igreja, que o povo cristão está ao lado de seu papa, em meio à crise causada por escândalos de pedofilia. Para o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, a afluência demonstra que “o escândalo dos abusos” sexuais não “enfraqueceu” a fé, o que considerou “encorajante”.

Segundo o porta-voz do episcopado português, padre Manuel Morujão, “meio milhão” de pessoas assistiram na manhã desta quinta-feira à missa celebrada por Bento XVI, ou seja “mais que em 2000”, por ocasião da última peregrinação feita por João Paulo II a Fátima. “Os cristãos quiseram enviar sua mensagem e dizer em especial ao papa que é muito amado”, declarou à AFP o padre Morujão. “Em relação à crise e as escândalos, o povo quis provar que sabe fazer a distinção entre as exceções (os casos de pedofilia no clero) e a grande maioria dos padres”, estimou.

O Papa “está muito contente e ficou muito emocionado com a presença em massa dos portugueses”, destacou seu porta-voz. “Quando podíamos pensar que o escândalo causado pelos abusos poderia enfraquecer a vitalidade e a atenção ao papa, não aconteceu assim”, afirmou o padre Lombardi. Segundo as forças de segurança, a esplanada do Santuário de Fátima, com capacidade para 300.000 pessoas, estava “lotada” e dezenas de milhares de peregrinos aglomeravam-se nos espaços em volta.

Muitos fiéis passaram a noite em claro para guardar lugar, apesar da chuva e do fescor da noite, para poderem rezar com Bento XVI e comemorar a primeira aparição da Virgem, no dia 13 de maio de 1917, a três crianças, pastoras desta localidade do centro de Portugal. Antes do início da missa, a estátua da Virgem de Fátima, num andor enfeitado com rosas brancas, foi levada ao altar, precedida de uma procissão de bispos vestidos de branco, enquanto os peregrinos cantavam a Ave Maria.

João Paulo II, convencido de que a Virgem de Fátima lhe salvara a vida, no atentado que sofreu no dia 13 de maio de 1981 em Roma, ofereceu ao santuário a bala que o feriu gravemente, hoje incrustada em sua coroa. “Vim a Fátima para rezar, com Maria e numerosos peregrinos, por nossa humanidade afligida por angústias e sofrimentos”, disse Bento XVI na homilia.

Segundo a Igreja católica, a Virgem teria aparecido várias vezes ao longo do ano de 1917 a Jacinta, Francisco e Lucia, então com idades entre 7 e 10 anos, revelando a eles três “segredos”, considerados proféticos em relação à História do século XX. Os dois primeiros são conhecidos há longo tempo e o terceiro só foi divulgado em maio de 2000 durante a visita de João Paulo II a Fátima, com a hierarquia católica revelando então que previa o atentado contra o papa polonês.

Na terça-feira, no avião que o levava a Portugal, Bento XVI ampliou a “interpretação” deste segredo à luz da crise atual da Igreja, afirmando que a Virgem de Fátima também anunciou os “sofrimentos da Igreja”.

Esta quinta-feira, em sua homilia, Bento XVI afirmou: “aquele que pensa que a missão profética de Fátima terminou engana-se.” Mas tarde, numa intervenção ante representantes de obras sociais, o Papa afirmou que o aborto e o casamento homossexual estavam entre os “desafios mais insidiosos e mais perigosos” do mundo de hoje.

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