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Projecto de arroz em Matutuíne aliviará em 20 por cento as necessidades de importação

O projecto de produção e processamento do arroz a escala industrial no distrito de Matutuíne, província meridional de Maputo, vai aliviar em cerca de 20 por cento as necessidades de importação anual de Moçambique estimadas em aproximadamente 650 mil toneladas.

Porém, o mesmo está condicionado a concessão pelo governo moçambicano de uma extensão territorial equivalente a cinco mil hectares, apontados como espaço ideal para o início da produção a escala industrial.

Trata-se do “Bela Vista Rice Project” iniciado em Setembro de 2009 e já absorveu 24 milhões de dólares norteamericanos dos 33 milhões que representam o pacote global, e contempla a edificação de uma unidade fabril de processamento do arroz, com capacidade para processar 600 toneladas por dia.

Filipe Gago, presidente do Conselho de Administração (PCA) da LAP/Ubuntu, empresa que está a implementar o projecto, disse, terça-feira, que desde o início em 2009 já foram realizadas várias pesquisas laboratoriais para seleccionar as variedades mais adequadas as condições e características agro-ecológicas do país.

Desta feita, segundo Gago, foram, na primeira fase, feitos pesquisas laboratoriais com um total de 39 variedades, das quais 10 foram seleccionadas, num processo que contou com a participação de consultores idos da Tailândia e do Vietname, países que juntos são responsáveis por 65 por cento da exportação mundial do arroz.

Os estudos mais aprofundados culminaram com a selecção de apenas quatro variedades plantadas numa extensão de cerca de 60 hectares, dos 270 até então concedidos. As variedades eleitas estão a dar óptimos sinais, porquanto permitem uma colheita que varia entre sete a nove toneladas por hectare.

Os dois maiores exportadores, segundo Filipe Gago, conseguem produzir 10 toneladas por hectare, facto que não só comprova um sucesso das variedades testadas, mas atiça a expectativa da entidade envolvida no processo que será de escala industrial e a produção destinada, numa primeira fase, a aliviar o défice deste cereal no país.

A outra intervenção de vulto foi a construção de um dique de protecção com cerca de três metros de altura e sete quilómetros de comprimento, para impedir as águas do rio Maputo de invadir os arrozais e, pela primeira vez, em 40 anos o Rio Maputo foi efectivamente impedido de inundar a área protegida durante o período de pico nas duas últimas épocas chuvosas.

“Nós acreditamos que estaremos em perfeitas condições de cobrir o défice, porque temos perfeitamente estudada toda a complexa cadeia da produção do arroz”, assegurou Gago, porém acrescenta que a produção em larga escala só pode ser feita quando a extensão de terra for de pelo menos cinco mil hectares.

Jorge Noé, Chefe dos Serviços Provinciais de Extensão Rural, disse, por seu turno, que o Ministério da Agricultura (MINAG) está muito empenhado e interessado em resolver o mais rápido possível a questão dos cinco mil hectares afirmados na visita ao campo de produção.

Aliás, segundo Noé, uma das apostas do executivo é a produção de alimentos e o mega-projecto de Matutuíne ajudará a reduzir a importação de cereais. A resposta pode não ser dos cinco mil hectares, mas gradualmente poder-se-á atingir a margem desejada.

O projecto de produção do arroz, financiado pelo Fundo Líbio para o Desenvolvimento Africano, emprega um total de 160 trabalhadores, universo que poderá atingir cerca de 400 quando arrancar a fase de produção, mas nunca ultrapassar este número dado que se trata de produção mecânica.

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