Um ministro do governo de transição de Burkina Fasso visto como próximo do gabinete do ex-presidente Blaise Compaoré renunciou, esta terça-feira (25), depois de dois dias de protestos contra a sua nomeação, informou o gabinete do primeiro-ministro.
A renúncia é um teste precoce para os novos líderes do país do oeste da África, o presidente, Michel Kafando, e o premiê, o tenente-coronel Isaac Zida, que irão conduzir a nação até as eleições planeadas para 2015.
Compaoré renunciou e fugiu do país no fim de Outubro no meio de manifestações contra a sua tentativa de emendar a Constituição para ampliar seus 27 anos no poder. Um breve governo militar se instalou sob o comando de Zida, que acabou cedendo à pressão da União Africana para entregar o poder a um governante civil.
O ministro da Cultura e do Turismo, Adama Sagnon, indicado para o governo interino de 26 membros no fim de semana, apresentou a sua renúncia, que foi aceita, nesta terça-feira.
Mais cedo, centenas de pessoas marcharam diante do seu ministério e acusaram-no de não fazer o suficiente para investigar o misterioso assassinato do proeminente jornalista investigativo Norbert Zongo em 1998.
Sagnon, que nega qualquer má conduta no caso Zongo, era promotor em 2006, quando o caso foi encerrado. Burkina Fasso, país produtor de algodão que tenta desenvolver o seu sector de mineração, vem actuando como um aliado essencial do Ocidente contra militantes islâmicos no árido cinturão de Sahel, no sul do Sahara.
A França tem uma unidade de forças especiais sediada em Burkina Fasso como parte de uma operação regional antiterrorista.