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Manifestação islâmica defende governo após assassinato de opositor na Tunísia

Milhares de partidários do governo islâmico da Tunísia saíram às ruas de Túnis nesta sexta-feira em resposta aos protestos populares depois do assassinato de um político da oposição laica. No meio das manifestações rivais, o ministro do Interior, Lofti Ben Jeddou, atribuiu a morte de Mohamed Brahmi, na quinta-feira, a um radical islâmico e disse que a arma usada foi a mesma que matou outro político laico, em fevereiro.

Milhares de manifestantes foram às ruas nesta sexta-feira pedindo a renúncia do governo islâmico do partido Ennahda. Lojas e bancos fecharam temendo violência e voos de e para o país foram cancelados em razão de uma greve convocada pela central UGTT.

“Abaixo o regime da Irmandade Muçulmana”, gritavam os manifestantes, evocando o grupo inspirador do Ennahda. As divisões entre religiosos e laicos se aprofundaram na Tunísia desde a rebelião popular que derrubou o regime autocrata de Zine al-Abidine Ben Ali, no começo da chamada Primavera Árabe, em 2011.

Na manifestação pró-governo, os participantes gritavam que “o povo quer o Ennahda de novo” e “não a um golpe contra a democracia”. O ministro Ben Jeddou disse que a morte de Brahmi está diretamente associada ao homicídio do líder do partido Frente Popular, Chokri Belaid, que desencadeou em fevereiro a pior onda de violência na Tunísia desde a revolução de 2011. “A mesma arma automática 9 mm que matou Belaid também matou Brahmi”, disse ele em entrevista coletiva, apontando como principal suspeito pelo crime o militante salafista Boubacar Hakim, também procurado por suspeita de contrabandear armas da Líbia.

As autoridades identificaram 14 salafistas suspeitos de envolvimento na morte de Belaid e acredita-se que a maioria esteja ligada ao grupo radical islâmico local Ansar al-Sharia. Brahmi, de 58 anos, era crítico da coligação islâmica do governo e participava pela Frente Popular da Assembleia Constituinte atualmente em atividade na Tunísia.

Ele foi morto a tiros na porta de casa, por dois homens que fugiram de moto, segundo testemunhas. Em protesto pelo crime, o Partido da Iniciativa, também laico, retirou seus cinco deputados da assembleia.

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