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Mundial 2014: Mambas uma exibição igualada a zero

A equipa de Gert Engels até esteve bem e com tudo para ganhar o jogo. Mas a falta de inteligência na altura de finalizar falou tão alto como a assimetria existente entre a zona intermediária e a ofensiva. Houve quem dissesse que os Mambas só não perderam por mera sorte.

O público que acorreu em massa ao Estádio Nacional do Zimpeto foi o primeiro indicador antes do apito inicial de que aos “Mambas” não faltaria apoio.

O congestionamento em todas as vias de acesso que desaguavam naquele monstro arquitectónico eram, por outro lado, um sinal de que o país estava com a sua selecção e cabia a esta última fazer a sua parte para, no mínimo, responder a este nobre gesto patriótico.

Mas saiu tudo ao contrário: um bonito espectáculo convertido a zero ou, para não sermos pessimistas, que compensou com um ponto na tabela classificativa do grupo G da fase de qualificação para o Mundial 2004, no Brasil.

Os “Mambas” estiveram bem e nos instantes iniciais da partida demonstraram atitude e ousadia ofensiva ao criar as primeiras oportunidades de golo.

Dominguês, de quem sentíamos saudades, com o seu excelente gesto técnico e manifesta capacidade de desequilíbrio foi quem desenhou as jogadas de ataque e que, incessantemente, se soltou à busca de companheiros para darem sequência ao espectáculo que alegrou o público.

O Zimbabwe, desprovido de qualquer capacidade de resposta, ajustou o seu jogo em função das investidas moçambicanas e fechou-se na sua zona defensiva evitando descalabros.

Em última análise, podemos até responsabilizar a falta de golo da selecção nacional pela forma como o Zimbabwe defendeu até ao trigésimo minuto da partida. Sem marcar, o combinado nacional abrandou o seu jogo ofensivo permitindo ao adversário testar o seu, criando calafrios aos moçambicanos. A instabilidade defensiva dos “Mambas” foi tão vistosa como a naturalidade com que os guerreiros tinham de penetrar na área do seu adversário.

Neste aspecto, em abono da verdade, Moçambique só não sofreu porque na sua baliza estava um guarda-redes de talento apurado que ganhou recentemente a confiança do seleccionador, o jovem Pinto, do Ferroviário de Maputo.

Aliás, importa dizer que a lesão de Mexer degradou de vez o sector defensivo dos “Mambas” e Gert Engels uma vez mais (a primeira foi nas soluções ofensivas) acusou carência cirúrgica para solucionar o embaraço. Teve de mandar descer Whisky na segunda parte com a entrada de Hélder Pelembe para o lugar do central do Nacional da Madeira.

Porque Dominguês era o mais dedicado no jogo ofensivo dos “Mambas”, sendo um homem com um olho numa terra de cegos congénitos, o combinado nacional sumiu do mapa nos últimos minutos do primeiro tempo.

O Zimbabwe por tão pouco tempo ensinou os caseiros como se joga futebol a sério, pena que o árbitro da partida tenha mandado as duas equipas para o descanso com um soar de apito bem acolhido pelos moçambicanos que se viam em apuros atrás da bola que circulava pelos pés do adversário.

O segundo tempo iniciou tal como o primeiro: com os “Mambas” senhores das iniciativas de jogo. Contudo, Jerry comportou-se como mais um elemento da defesa dos zimbabweanos.

Sem Mexer em campo, Dominguês a reclamar cansaço por aparentemente jogar sozinho, Simão, que nem sequer conseguia articular com os demais companheiros, Telinho bem fechado e Jerry que mesmo sozinho não prosperava, ou seja, com os “Mambas” desorientados, o jogo ganhou equilíbrio e os zimbabweanos já andavam atrás do golo.

Numa das muitas facilidades que tiveram de furar a área moçambicana, fizeram a bola beijar o fundo das malhas para o congelo total e completo do Zimpeto. Mas Kalyanho, o árbitro da partida, assinalou posição irregular de Musona.

O jogo continuou improdutivo, com as duas equipas conformadas com o resultado. Ninguém ousou procurar o golo até o apito final do árbitro.

O empate com sabor a derrota reflectiu-se nos cerca dos 20 mil telespectadores vestidos a rigor que saíram do Zimpeto deprimidos. Os felizardos foram os zimbabweanos que fizeram uma digressão ao Zimpeto em apoio à sua equipa que no fim festejaram como se tivessem visto a sua equipa garantir a presença no Brasil.

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