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Malawi enfrenta seria escassez de divisas

A actual falta de combustível que se abate sobre o Malawi resulta da escassez de divisas no país motivada, em parte, pelo facto de o governo do país ter concedido um empréstimo ao Zimbabwe no valor de 100 milhões de dólares norte-americanos ainda não restituídos.

O Jornal malawiano, “Nyasa Times”, noticia, na edição de quarta-feira, que o Executivo do país tentou atirar a culpa a Moçambique, ao afirmar que a escassez resulta do congestionamento nos portos da Beira e Nacala nas províncias de Sofala e Nampula, centro e norte do país. Porém, esta alegação não passa de uma inverdade contestada enérgica e categoricamente pelas entidades gestoras dos dois portos, até porque afirmam estarem a trabalhar normalmente.

Fernando Couto, Administrador Delegado do Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN), entidade gestora do porto e caminhos-deferro de Nacala, disse que o Malawi ficou pura e simplesmente sem divisas e até chegou a pedir combustível emprestado. O Jornal Nyasa Times acusa o governo do Presidente Bingo wa Mutharika de “uso extravagante” da moeda externa e cita o empréstimo concedido ao Zimbabwe, em Junho de 2007, no valor de 100 milhões de dólares, via Banco Central do Malawi.

Segundo um relatório do banco, o montante destinava-se a ajudar o governo zimbabweano a comprar milho do Malawi, mas o deverá ser liquidado até 31 de Dezembro próximo. A publicação acusa, por outro lado, o executivo de Mutharika de gastar 15.9 milhões de dólares na compra de um avião e uma frota de 22 luxuosas viaturas de marca Mercedes Benz, orçadas em três milhões de dólares.

O Nyasa Times refuta a informação segundo a qual as casas de câmbios são responsáveis pela crise e afirma que se trata, na verdade, de tentativas de desviar a atenção da verdadeira causa da escassez de moeda externa que é “o próprio dispêndio do governo e a sua recusa em aceitar os seus erros”.

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