Moçambique negou alegações do Malawi segundo as quais a falta de combustível naquele país do ‘interland’ se deve ao congestionamento dos portos da Beira e de Nacala, no Centro e Norte do pais. “É uma pura mentira”, disseram as autoridades portuárias moçambicanas citadas pela edição de hoje do ‘Jornal da Manha’ da Rádio Moçambique (RM), a emissora pública nacional.
Dois gestores dos portos da Beira e de Nacala, Carlos Mesquita e Fernando Couto, respectivamente, disseram não ser verdade o motivo evocado pelo Malawi para justificar a crise de combustível naquele país. O Administrador-Delegado do Corredor de Desenvolvimento do Norte, Fernando Couto, revelou que a principal causa da escassez em questão tem a ver com a falta de moeda externa.
Segundo Couto, “os malawianos até já pediram combustível a título emprestado” por enfrentarem uma crise de divisas indispensáveis para fazer face a importação de bens e serviços. Ele afirmou que os ‘navios-tanque’ têm sempre prioridade de atracação e que neste momento o Porto de Nacala, por exemplo, está a sofrer prejuízos devido à falta de transporte de combustível via-férrea para o Malawi.
Por seu turno, Carlos Mesquita, Administrador-Delegado da Cornelder Moçambique, o consórcio que gere o Porto da Beira, reafirmou que não corresponde a verdade o motivo que o Malawi alega para a falta de combustível. “Deve haver um outro motivo”, disse Carlos Mesquita.
Semana passada, o governo do Malawi culpou os portos moçambicanos pela escassez de combustível, apontando, entre outras razões, problemas técnicos associados a um alegado congestionamento dos portos da Beira e Nacala, bem como do de Dar-Es-Salam, na Tanzânia. Malawi depende dos fornecimentos de combustível feitos a partir dos portos moçambicanos da Beira e de Nacala, para alem do de Dar-Es-Salam.