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Malawi a beira das maiores manifestações de sempre

O Malawi está a beira de assistir às maiores manifestações antigovernamentais de sempre contra o regime do Presidente Bingu wa Mutharika, cuja popularidade atingiu já o seu nível mais baixo.

A revelação foi feita, última Quar-tafeira, em Lilongwe, pelos líderes das Organizações Não-Governamentais à saída de uma reunião com o Presidente Bingu wa Mutharika.

As ONGs malawianas deram um ultimato de duas semanas ao Presidente Bingu wa Mutharika para rever o desempenho do seu governo e encontrar soluções para acabar com a escassez de combustíveis, de divisas e as ameaças à liberdade de imprensa.

A sociedade civil no Malawi exige também ao Presidente Mutharika para acabar imediatamente com as suas tentativas de retorno a ditadura no país, bem como com o esbanjamento de fundos públicos para a promoção da imagem do seu irmão, Peter Mutharika, com vista a ganhar as eleições gerais de 2014.

O líder das ONGs malawianas, Voice Phone, afirmou na quarta-feira que caso o Presidente Bingu wa Mutharika não satisfaça estas e outras exigências dentro de duas semanas, o recurso para obrigá-lo serão as manifestações de rua à escala nacional.

Durante a reunião de quarta-feira, Bingu wa Mutharika tentou convencer as organizações não-governamentais malawianas para cancelar as manifestações, mas estas recusaram alegando que ele não merece confiança.

Mutharika é citado como tendo dito que se as ONGs avançarem com as manifestações ele está pronto para dar a devida resposta nas ruas.

Os recentes desenvolvimentos no Malawi acontecem no meio de um grande descontentamento popular em torno da governação de Bingu wa Mutharika, incluindo os doadores internacionais, que condenaram recentemente algumas leis anti-democráticas aprovadas naquele país, vizinho de Moçambique.

Entre essas leis, figura a recente alteração do Código Penal pelo parlamento, conferindo deste modo, poderes ao Ministro da Informação para fechar ou proibir qualquer jornal sem motivo plausível.

Esta lei, já aprovada pelo Presidente Mutharika é considerada uma grande ameaça à liberdade de imprensa e um retrocesso histórico. A classe jornalística malawiana tem vindo a batalhar para a revogação desta lei, mas o governo de Bingu wa Mutharika mostra-se irredutível.

Recorde-se que os professores universitários malawianos baseados em Zomba estão neste momento revoltados contra o Comandante-Geral da Polícia, Peter Mukhito, por alegada interferência na vida académica e intimidação aos docentes.

Há cerca de duas semanas, Peter Mukhito, submeteu a interrogatórios o professor universitário Blessings Chinsinga, alegadamente por este ter falado das manifestações no Egipto em plena aula e da crise de combustível no Malawi.

Estranhamente, o Comandante- Geral da Policia teve que sair de Lilongwe para a cidade universitária de Zomba, percorrendo cerca de trezentos quilómetros para interrogar pessoalmente o professor Chinsinga.

Esta semana, os professores universitários marcharam para exigir um pedido de desculpas, mas Peter Mukhito recusa-se a fazê-lo. Em resposta, os professores universitários anunciaram que não voltarão às salas de aula se Peter Mukhito não apresentar um pedido de desculpas.

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