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Mais de 80 mil famílias em risco de passar fome em Sofala

Mais de 80 mil famílias camponesas estão em risco de passar fome, nos próximos meses, devido a estiagem que afecta a província de Sofala, na zona centro de Moçambique.

Um levantamento realizado por uma equipa multi-sectorial da Direcção Provincial de Agricultura (DPA), Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) e Programa Mundial de Alimentação (PMA), refere que este número corresponde a 30 por cento das famílias camponesas daquela província.

Realizado entre os meses de Fevereiro e Março, últimos, o estudo destaca que Sofala foi afectada pela escassez e irregularidades das chuvas, fenómenos que causaram a perda de 120.738 hectares de culturas diversas de um total de 535.529 hectares semeados na última campanha agrícola.

Segundo o jornal “Diário de Moçambique”, como resultado deste fenómeno 111.292 famílias camponesas, o equivalente a 42 por cento dos agregados da província ficaram prejudicadas.

Na presente campanha agrícola, Sofala tinha planificado produzir 1.379.480 toneladas de culturas diversas, contra 1.282.061 toneladas colhidas na safra anterior, esperando um crescimento na ordem de 7,6 por cento.

Os distritos críticos são Nhamatanda, Búzi, Dondo, Muanza, Machanga e Chemba que até ao momento registaram uma percentagem de famílias afectadas superior a 50 por cento.

De uma forma geral, a situação de segurança alimentar nos distritos é preocupante, com tendência para muito inquietante, devido à redução da disponibilidade de reservas alimentares, assim como a existência de poucas alternativas para sobrevivência.

Miguel Coimbra, director provincial da Agricultura em Sofala, disse esta terça-feira que Búzi, Dondo, Muanza e Nhamatanda são os distritos com a maior percentagem de famílias camponesas em risco de vulnerabilidade aguda.

“Nessas regiões, as reservas alimentares disponíveis variam de zero a três meses. Há ainda uma tendência de redução do número de refeições diárias, de duas para uma na perspectiva de melhorar a gestão de stocks existentes. Na tentativa de minimizar o problema as famílias vão agregando, na sua dieta, alimentos alternativos ou não preferenciais (munhanha e nsulo).

“Os principais mercados possuem disponibilidade de produtos que compõem a cesta básica, com destaque para o milho, que é proveniente dos distritos de Nhamatanda, Gorongosa e Cheringoma e das províncias de Manica e Zambézia, cujo preço médio é de seis meticais.

Outra medida tomada, segundo a fonte, tem a ver com a distribuição de sementes de milho, feijão vulgar, hortícolas, batata-reno, estacas de mandioqueira e ramas de batata-doce, incluindo a intensificação de programas de produção nos sistemas de regadios e aproveitamento de represas.

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