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Mais de 80% da população adulta em Moçambique não usa bancos

Um estudo sobre a banca em Moçambique indica que 80% da população adulta não utilizam banco, devido ao baixo nível de rendimento e à desconfiança nas instituições bancárias, daí a necessidade acrescida do reforço de marketing dos operadores do sector.

A pesquisa sobre o Acesso aos Serviços Financeiros, divulgada sexta- feira em Maputo pelo Ministério das Finanças de Moçambique, tem como objectivo “criar uma crescente confiança (dos clientes) no sector bancário moçambicano e uma melhor gestão da dívida pública”. A investigação aponta para disparidades entre as zonas urbanas e rurais no concernente ao acesso aos serviços financeiros, assinalando a “distorção” do uso de produtos financeiros entre homens e mulheres, “com vantagem para os homens”.

Segundo o relatório, “15,2% dos homens adultos são formalmente servidos financeiramente contra 10,6% das mulheres adultas”. O mesmo estudo refere que 12% da população adulta moçambicana, estimada em 21 milhões, usam pelo menos um produto de um banco comercial, enquanto quatro porcento do universo populacional no país têm acesso a produtos financeiros fornecidos por instituições financeiras formais, nomeadamente companhias de seguros.

A investigação das autoridades moçambicanas justifica igualmente o baixo acesso aos préstimos da banca com os “níveis de pobreza” do país, que atinge mais de metade dos moçambicanos. Em Moçambique, cerca de 10 milhões de pessoas vivem com menos de um dólar (33 meticais)/por dia. “Os actuais níveis de pobreza fazem com que a falta de recursos (da população) seja o principal impedimento ao acesso a serviços financeiros”, aliás, “as comparações entre o rural (onde reside 82% dos habitantes) e o urbano evidenciam a marginalização económica da população rural moçambicana”, destaca a análise.

Em Moçambique, as cidades de Maputo, capital do país, e a província de Maputo, Sul, “detêm os maiores níveis de inclusão financeira”, enquanto as províncias de Manica, Zambézia (Centro), Cabo Delgado e Nampula (Norte) são as “mais excluídas”.

Por outro lado, os níveis mais elevados de dependência dos produtos informais encontram-se na cidade e província de Maputo, bem como em Inhambane, Sul, e Tete, Centro de Moçambique. A reduzida acessibilidade aos serviços financeiros no país concorre para que a maioria dos moçambicanos adultos recorra aos serviços informais, onde “a principal fonte de empréstimo é a família e os amigos”.

Somente “cinco porcento dos adultos entrevistados (5028) admitem ter pedido dinheiro emprestado à família e amigos, seguidos de pedido de empréstimo a informais (três porcento)”, destaca. “Menos de dois porcento (dos inquiridos) afirmam ter pedido emprestado aos provedores formais de serviços financeiros”, admite a avaliação do Governo de Moçambique.

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