Através de uma cesta básica composta por milho e feijão, o Movimento das Mães Cristãs Intercessoras Contra o HIV/SIDA em Moçambique está a beneficiar um total de 1. 774 pessoas na cidade da Beira, das quais, 524 são crianças, órfãs de pais vítimas de Sida, e 1 250 são adultos, doentes de SIDA.
Esta é mais uma acção de caridade do Movimento das Mães Cristãs Intercessoras Contra o HIV e SIDA em Moçambique, depois dos centros de Apoio às Crianças Órfãs e Vulneráveis de Marracuene, na provincial de Maputo que assistem mais de 300 crianças.
Segundo a membro-fundadora do Movimento, Olívia França, a cesta básica atribuída às famílias na cidade da Beira foi a forma encontrada para minorar os efeitos devastadores causados pela doença naquele ponto do país.
Temos um caso, numa família, em que o HIV/SIDA afecta os pais, os filhos e os netos. Ou seja, uma família inteira. Descreveu Olívia para mostrar o drama da doença na Beira. A quantidade de produtos da cesta básica varia de caso para caso.
Aos adultos, a quantidade é maior, e para as crianças da comunidade, que geralmente encontram-se numa situação de vulnerabilidade, não obstante terem famílias que os cuide, a quantidade é consideravelmente menor.
Para além destes dois grupos, existe um terceiro, constituído por crianças órfãs de pais vítimas de Sida, que são assistidas com mais atenção, num centro de acolhimento, através de um programa denominado “Projecto Esperança”.
Segundo o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), intitulado “Consolidated Donor Report 2007”, publicado em 2008, a malnutrição e o HIV e Sida são as principais causas de mortalidade infantil no pais.
Ainda em 2008, a representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em Moçambique e Suazilândia, Maria José Zimmermann, já alertava que o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique cresce três por cento a menos devido à malnutrição crónica.
Para os doentes de SIDA em Moçambique, na fase de tratamento antiretroviral, ainda não foi feito um estudo para demonstrar a influência (negativa) da falta de uma dieta adequada para o sucesso da terapia, mas muitos doentes têm dada a cara na imprensa, falando da difícil realidade de tomar os antiretrovirais com fome. Em decorrência disso, alguns acabam abandonado o tratamento.