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Mais de 100 alunos já na 11ª repetem 10ª classe por suspeita de fraude

Cento e dezanove alunos, com idades compreendidas entre 15 e 17 anos de idade, que já estavam a frequentar a 11ª classe em diversas escolas da capital moçambicana deverão, a partir desta segunda-feira (25), repetir a 10ª classe alegadamente por terem transitado por vias consideradas fraudulentas.

Os visados são da Escola Secundária Eduardo Mondlane Xitlangu, na avenida com o mesmo nome, onde os estudantes foram submetidos aos exames finais da 10ª classe que envolveram 863 alunos, dos quais constam os suspeitos de passagem enganosa. Eles subornaram seus professores para transitarem de classe quando as notas dos exames não justificavam a sua passagem, segundo o Jornal Notícias.

O director da Educação da Cidade de Maputo (DEC), Antonino Grachane, explicou que os referidos estudantes não tinham notas para transitar de classe, mas estranhamente seus nomes apareceram nas listas de aprovados. Por terem sido considerados aprovados receberam as respectivas declarações para se matricularem nas escolas pré-universitárias de Francisco Manyanga, Josina Machel e Polana.

Nenhuma das fontes daquele matutino sabe explicar como é que tudo aconteceu, mas o certo é que o problema data de 07 de Janeiro quando a direcção da Escola Eduardo Mondlane enviou, tardiamente, à DEC listas para a colocação dos aprovados.

Porque já tinha terminado o prazo previsto, esta entidade exigiu uma justificação em face da demora, tendo sido apresentado como justificação que a lista era de alunos que solicitaram revisão de exames e outros que tinham ficado de fora na elaboração da primeira lista por razões não devidamente explicadas.

Na sequência desses factos a referida direcção determinou uma nova revisão de todos os exames efectuados na segunda época onde se constatou que os 119 alunos visados não tinham notas para transitar, mas que estranhamente tinham sido aprovados.

Também se constatou que o número de pedidos de revisão apresentados pela escola era bastante inferior em relação ao efectivo de alunos aprovados na sequência da revisão de seus exames, segundo disse Antonino Grachane.

No entanto, de acordo com o Notícias, Grachane não explicou as razões que levaram a DEC a não detectar o problema antes de os alunos se matricularem na 11ª classe.

Medida surpreende pais e encarregados de educação

Os pais e encarregados de educação dos alunos implicados na fraude não encontram justificação para os seus filhos não continuarem nas classes em que foram inscritos. Para eles pode ser compreensível a justificação apresentada pela DEC, mas a medida deveria abranger apenas aos estudantes que solicitaram a revisão e todos aqueles cuja classificação final é suspeita.

Professores processados continuam em exercício

Enquanto isso, contrariamente à medida aplicada aos alunos, os nove professores suspeitos de envolvimento em esquemas de fraude estão a ser alvo de processos disciplinares, mas continuando a exercer as suas actividades.

Antonino Grachane disse que pelo menos até agora não há provas de envolvimento dos professores nalgum esquema, mas os processos ora instaurados vão ajudar a esclarecer o problema.

 

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