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Mafalala: valas de drenagem transformadas em lixeira

As valas de drenagem, reabilitadas em 2007 no bairro da Mafafala, distrito Municipal Numero Três (DM3), periferia da cidade de Maputo, capital moçambicana, para escoar as aguas das chuvas, estão a ser transformadas em lixeiras pelas populações locais.

Como consequência, as valas de drenagem estão cheias de lixo e as águas estagnadas.

Esta situação cria condições propícias para a eclosão de doenças como cólera, bem como da malária, porque as condições de higiene deixam muito a desejar naquela zona.

Antes da reabilitação das valas de drenagem naquele bairro, que na verdade é um reassentamento informal, a situação sanitária era deplorável, sempre que chovesse as casas ficavam inundadas e as vias de acesso eram intransitáveis. As pessoas não podiam circular.

Na época chuvosa, os casos de cólera e malária eram demasiados, uma situação que melhorou relativamente depois da reabilitação das valas de drenagem.

As valas de drenagem foram colocadas no interior das ruas daquele bairro. Entretanto, para além de funcionar para escoar as águas, por estar entre as portas das várias residências, aquelas infraestruturas viraram lixeira, onde são depositados todos os tipos de lixos.

A Primeira-Dama de Moçambique, Maria da Luz Guebuza, que se encontra a trabalhar na cidade de Maputo desde Segunda-feira, escalou hoje o bairro da Mafafala, onde visitou o sistema de drenagem montado e mostrou-se insatisfeita com o que viu.

“As valas de drenagem no bairro da Mafalala tem todas as condições propícias para a reprodução do mosquito porque as águas não correm. As crianças tiram o lixo e despejam na vala de drenagem e a mãe acompanha essa situação. Depois a criança apanha cólera, malária, mais tarde o pai também fica doente. Qual é a nossa postura em relação a limpeza da nossa cidade, temos que mudar”, disse.

Maria da Luz criticou o facto das pessoas ficarem a espera do Município enviar os seus trabalhadores para fazer a limpeza, e considerou que as pessoas devem assumir a limpeza da vala de drenagem localizada em frente a sua casa.

“Na Mafalala, a situação é deplorável. Temos que nos responsabilizar pela limpeza da vala de drenagem. Não podemos continuar assim”, apelou.

Num breve encontro com os residentes daquele bairro, na sua maioria mulheres, Maria da Luz Guebuza apelou as mães para não transformarem as valas de drenagem em lixeiras, bem como a educarem os seus filhos a não colocarem o lixo naquele local.

“A vala de drenagem não pode funcionar como lixeira. Como mães, devemos apoiar outras mamas a perceber que a vala de drenagem serve para melhorar o ambiente e as condições de vida da população. Se transformarmos as valas de drenagem em lixeiras estaremos a criar condições para que haja cólera e malária no nosso bairro e não “e isso que queremos”, explicou.

A esposa do Presidente da República falou igualmente da necessidade das populações daquele bairro manterem a higiene colectiva e pessoal para evitar que a cólera continue a alastrar-se naquela zona da capital moçambicana.

Explicou as melhores práticas de higiene que as pessoas devem adoptar para não contraírem a cólera, nomeadamente: lavar as mãos com sabão antes de manusear qualquer alimento, bem como antes de ingerir os alimentos. Por outro lado, as pessoas devem lavar as mãos depois de usar os sanitários.

Por outro lado, referiu que é importante lavar muito bem os alimentos antes de confeccionar, para o caso daqueles que se consomem crus devem ser muito bem lavados com produtos que purificam e matam os micróbios como lixívia, para além da necessidade das pessoas terem de consumir água tratada ou fervida.

Na sua actividade hoje, Maria da Luz Guebuza visitou o Hospital Geral José Macamo, ora em obras, bem como plantou árvores na Escola Primaria Unidade 22, na Mafalala, e manteve encontros com mulheres da cidade de Maputo.

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