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Lucas Ponderane suspenso desde ontem das funções de Director Regional Centro da Mcel

Lucas Jarnet Ponderane foi suspenso ontem, segunda-feira, das funções de Director Regional Centro da Mcel, após uma Auditoria interna ter constatado falcatruas na gestão da empresa. Ainda ontem o Conselho de Administração da empresa indicou Vasco Zunguza, que vinha assumindo o cargo de Chefe da Logística na Beira, para ocupar interinamente a vaga aberta com a suspensão com efeitos imediatos de Lucas Ponderane.

Segundo O Autarca apurou, Lucas Ponderane que até vinha gozando de excelente reputação principalmente nos meandros empresarial e ao nível das autoridades governamentais e políticas em Sofala, pesa sobre si ilícitos na contratação de uma empresa lcal supostamente vocacionada a montagem de reclames e obras de pintura, cujo proprietário foi nos identificado por Clésio Carrelo. Consta que enquanto Director Regional Centro da Mcel, Lucas Ponderane foi adjudicando sucessivamente várias obras de custo elevado à referida empresa violando deliberadamente os princípios internos da companhia que recomendam a necessidade de lançamento de concursos públicos.

A última adjudicação directa que terá provocado a intolerância do Conselho de Administração da empresa, segundo nossas fontes, refere-se a obras de pintura na Província da Zambézia que resultaram no dreno dos cofres da Mcel de cerca de um milhão de dólares norte americanos alegadamente a favor da firma contratada. Segundo as mesmas fontes, no terreno não é visível o resultado do desembolso, senão o que apelidam de pequenas obras apenas para o inglês ver.

Lucas Ponderane é igualmente denunciado por alegadamente ter instituído um tratamento diferencial as facturas que fossem emitidas pela empresa ora visada, ou seja, o seu pagamento era feito imediatamente em detrimento das submetidas por outros prestadores de serviços, criando mau ambiente no relacionamento entre a Mcel e as demais empresas na Cidade da Beira particularmente.

Alguns trabalhadores da Mcel acusam ainda Lucas Ponderane de durante o seu reinado ter fomentado o despedimento de muitos colaboradores da empresa de forma injusta, contribuindo para o incremento da desgraça ao nível das respectivas famílias. Muitos dos trabalhadores da Mcel que se julgam vitimas de injustiças promovidas durante a gestão de Lucas Ponderane acabaram se identificando com os partidos da oposição, dois deles pelo menos até conseguiram eleição para membros da Assembleia Provincial de Sofala pelo MDM, nomeadamente Mouzinho e Amarildo.

Refira-se que o semanário A Verdade, na sua edição de 5 de Fevereiro passado, já havia alertado a Lucas Ponderane que um dia iria pagar por tudo isso, através de uma mensagem supostamente enviada por um dos colaboradores injustamente despedido da Mcel na Beira. Não passou mês e meio, desde ontem Lucas Ponderane encontra- se em casa e a responder um processo disciplinar instaurado contra si na sequência de falcatruas detectadas pela auditoria interna da empresa.

Pela gravidade da situação tudo aponta que o processo em curso poderá desembocar num outro de natureza criminal, para assegurar a reparação de eventuais danos causados à empresa. Porque os trabalhadores fizeram escapar os resultados da auditoria interna da empresa à praça pública, agrava a situação de Lucas Ponderane o facto de haver evidências de que o Gabinete de Combate a Corrupção também está no seu encalece.

A Mcel, a primeira operadora de telefonia móvel a estabelecer-se no mercado nacional, é detida pela TDM – Telecomunicações de Moçambique, S.A.R.L., e o IGEPE – Instituto de Gestão das Participações do Estado. O facto de o Estado fazer parte da sua estrutura accionista, a Mcel é regida por um tratamento jurídico especial mais ou menos igual ao aplicável às empresas públicas, e pior quando se trata de casos que indiciam o envolvimento dos próprios gestores em actos de corrupção a aplicação da lei tem sido intolerável.

Importa também lembrar que a suspensão de Lucas Ponderane da Direcção Regional Centro da Mcel ocorre no espaço inferior de quinze dias depois da decisão dos accionistas da companhia de cessação de funções de Gomes Zita e Luís Mhula do Conselho de Administração da empresa, respectivamente ocupavam os cargos de Administradores Delegado e Executivo.

O facto da suspensão de Lucas Ponderane coincidir nesse curto período após a cessação de funções dos referidos Administradores, há quem especula a eventualidade de ter havido acção de encobrimento a favor de Ponderane por parte dos dois ou um dos dois Administradores afastados, porquanto a sua gestão vinha sendo questionada já faz algum tempo.

Lucas Ponderane é suspenso do cargo de Director Regional Centro da Mcel numa altura em que a empresa está a implementar na Cidade da Beira um grande projecto de construção de um magnifico edifício de seis andares, cujas honras todas caberiam à si e sua gestão caso não se envolvesse nessa situação

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