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Kuphaya: «The black box»: Arte de unificação maciça, Escrito por Cremildo Bahule

«The Black Box» remete-nos a um problema de tensão entre o que unifica e separa a natureza humana. O que nos desagrega está à vista de todos: a língua, as tradições, o maquiavelismo. O que nos une é mais subtil e nem sempre é suficientemente visível para obter consenso e consumo: a mesma natureza humana expressa na capacidade de separar o bem do mal. Compreender a natureza humana é difícil, mas é necessário.

Assim, arrostando «The Black Box», veremos que a grande preocupação, o grande sentimento de inquietação de Manhiça se centra em humanizar o Homem. Diferentemente de Prometeu, que ousou roubar o fogo da mansão dos deuses, Manhiça pretende usar o análogo – na linguagem da Arte – como uma insígnia de liberdade humana.

«The Black Box» pode, até, ser a caixa que contém os segredos de uma aeronave. Também pode ser a parte negra da humanidade. Contudo, ela, agora, assume-se como uma Arte Instrumental, Arte Plena, Arte de Acção, ou seja, aquela que engloba a plenitude da razão lógica e da razão axiológica, e que tem como desígnio construir o Homem na sua amplitude antropológica.

«The Black Box» participa e toma corpo na imaginação dinâmica, reprodutora e movimenta-se no reino dos elementos cosmogónicos do Homem, pois o destino da Arte é a criação, a harmonização do espírito humano e o seu contraponto com a natureza. Esta exposição não é uma simples kátharsis. É um imaginário que se configura uma metáfora, que serve de elemento catalisador e simplificador de todas as interrogações que confluem na realidade do imaginário mitológico do artista.

«The Black Box» é uma nova hermenêutica para Moçambique. Restabelecimento do mundo. Uma nova rede de significados. Se «Onde não há Evolução, a Arte deve ser usada para a REVOLUÇÃO» como nos alerta Manhiça, devemos – com audácia – retribuir a alegria, a força e a vida amorosa que ele nos oferece, porque «The Black Box» através das suas obras – treze – nos soube (e nos saberá sempre) dar: alegria, vida e força amorosa. Daí que, com uma determinada pose se não quisermos dizer «The Black Box», podemos dizer, com algum epíteto: Arte é uma arma de unificação maciça!

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